A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia apresentada no fim de outubro pelo Ministério Público (MP-SP) contra o empresário Alessander Mônaco Ferreira, apontado como doador do Movimento Brasil Livre (MBL), e os ex-representantes da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Carlos Antonio Luque e José Ernesto Lima Gonçalves. Com a decisão, o grupo virou réu em processo por fraude em licitação, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A decisão do juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, assinada na terça-feira passada, deixou de fora os também denunciados Renan Antonio Ferreira dos Santos, um dos líderes do MBL, e Nourival Pantano Júnior, ex-diretor presidente da Imprensa Oficial do Estado. O magistrado considerou que não há indícios de autoria de crime que justifiquem o recebimento da denúncia contra os dois.
O MP sustenta que Ferreira foi contratado para um cargo comissionado na Imprensa Oficial por influência do MBL e, a partir daí, passou a devolver parte do salário ao movimento. Segundo a Promotoria, enquanto esteve no cargo, o empresário também fraudou contratações em combinação com Luque e Gonçalves. De acordo com a denúncia, a Fipe, por sua vez, contratou a empresa de Ferreira "pagando-lhe valores milionários por consultorias".
A Fipe informou que "desconhece qualquer fato que possa justificar algum questionamento" sobre o contrato. A Imprensa Oficial afirmou que a denúncia é uma "ilação descabida" e que Ferreira foi contratado por critérios técnicos. Os demais réus não foram localizados para comentar a decisão judicial.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>