América é passada a limpo em A sangue frio

Conta a lenda que Richard Brooks não dizia "Corta!" ao fim de uma tomada, mas "Obrigado". Jean Tulard, no Dicionário de Cinema, o define com precisão: "Foi, antes de tudo, um intelectual vindo do jornalismo, do romance e do rádio, cheio de boas intenções e ideias generosas. Sua obra é o reflexo de uma América puritana e moralizadora".

Brooks realizou todos aqueles grandes filmes nos anos 1950 e 60 – Sementes da Violência, Gata em Teto de Zinco Quente – a lingerie de Elizabeth Taylor! -, Entre Deus e o Pecado, Lord Jim, Os Profissionais, Tempo para Amar Tempo para Esquecer. Em meados dos anos 1960, ele surpreendeu ao adquirir os direitos do romance de não ficção de Truman Capote. Fez A Sangue Frio, que passa neste sábado, 7, às 23h42, no TCM.

Por sua generosidade, pelo tema da segunda chance que sempre lhe foi caro, Brooks não parecia o mais indicado para contar a história do assassinato da família Clutter, no interior do Kansas, por dois jovens que só planejavam roubar dinheiro. Dois jovens comuns, isoladamente inofensivos, mas que juntos criaram uma persona psicopata. As mortes, a caçada, o julgamento, a condenação à morte, e tudo naquele preto e branco. Assistir ao filme é passar a limpo uma América que o cinema raramente mostra com esse vigor crítico.

<b>Homenagem</b>

A vida e a obra da escritora Rachel de Queiroz serão lembradas neste sábado, 7, às 21h, pela TV Brasil. Nascida no dia 17 de novembro de 1910, a romancista cearense ganha destaque no programa Recordar É TV, com a exibição de entrevistas do acervo da emissora. Jornalista, cronista, tradutora e contista, Rachel foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL) em 4 de novembro de 1977. Autora de clássicos, como O Quinze (1930), As Três Marias (1939) e Memorial de Maria Moura (1992), foi premiada com o Jabuti de Literatura Infantil pelo livro O Menino Mágico (1969), e morreu, aos 92 anos, no dia 4 de novembro de 2003. Ela também foi colunista do Estadão.

<b>Lá vem história</b>

Apostando cada vez mais em conteúdo para o público infantil, a TV Cultura começa a exibir, a partir deste sábado, 7, as séries Foi Assim Foi Assado, às 9h15, Borboletas e Sereias, às 10h, e O Boneco de Barro e o Rei, às 16h15.

<b>Vozes a serem ouvidas</b>

Vai ao ar no Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, o especial Falas Negras, da TV Globo. Idealizado e organizado por Manuela Dias, o programa é dirigido por Lázaro Ramos, conta com Thaís Fragozo na pesquisa e Aline Maia como consultora e pesquisadora. Nele, 22 atores interpretam depoimentos reais de pessoas que lutaram contra o racismo e pela liberdade, a favor da justiça, em registros biográficos ou em vídeo que a história nos ofereceu. Entre os nomes escolhidos, o ator Flávio Bauraqui aceitou o convite para ser Luiz Gama. Líder abolicionista, o jornalista e poeta brasileiro nasceu em Salvador e viveu entre 1830 e 1882. Autodidata, se tornou um dos advogados abolicionistas mais atuantes do País, responsável pela libertação de centenas de negros mantidos no cativeiro.

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