Um dia depois da derrota no clássico com o Corinthians, o técnico Ariel Holan pediu demissão no Santos. Sem conseguir impor seu estilo de jogo ao time paulista, o treinador vinha acumulando resultados abaixo do esperado e atuações irregulares tanto no Paulistão quanto na Copa Libertadores
A saída do argentino foi anunciada na manhã desta segunda-feira pelo presidente do clube, Andres Rueda. "Ariel Holan pede demissão e não será mais técnico do Santos FC", anunciou o time em suas redes sociais. Holan havia sido anunciado em 22 de fevereiro, cumprindo pouco mais de dois meses à frente da equipe da Vila Belmiro.
Curiosamente, o trabalho do treinador começou e chegou ao fim com derrotas em clássicos. A estreia, no início de março, foi com a goleada sofrida diante do São Paulo por 4 a 0, no Morumbi. Na noite de domingo, o revés para o Corinthians aconteceu na Vila Belmiro, pelo placar de 2 a 0.
Holan, de 60 anos, comandou o Santos em apenas 12 jogos, com quatro vitórias, três empates e cinco derrotas. Em sua breve passagem pelo time brasileiro, o argentino enfrentou constantes dificuldades para escalar a equipe, em razão da prioridade dada à Libertadores. Poupando titulares, ele promoveu diversos testes e até improvisações na equipe no Paulistão.
Como consequência, o Santos conquistou apenas duas vitórias em novo jogos no Estadual. Está no segundo lugar do Grupo D, com nove pontos, cinco atrás do líder Mirassol. E apenas um à frente do Guarani, terceiro colocado, que tem um jogo a menos. Somente os dois primeiros de cada chave avançam às quartas de final.
Correndo risco de ser eliminado na primeira fase do Paulistão, o Santos também não vinha agradando na Libertadores, seja por desfalques ou pela dificuldade de dar liga numa formação com muitos atletas da base e poucos jogadores mais experientes, como Pará, Marinho e Soteldo, que já deixou o clube rumo ao futebol dos Estados Unidos.
A saída do venezuelano encerra uma punição aplicada pela Fifa ao clube brasileiro, que poderá voltar a contratar. Mas Holan decidiu não esperar, apesar da insatisfação por não poder reforçar a equipe, recheada de jovens atletas.
O argentino deixa o clube às vésperas de uma dura sequência de jogos. O Santos tem três jogos fundamentais pela frente, quando poderá se recuperar ou se complicar no Estadual e na Libertadores. Pela competição sul-americana, vai enfrentar o Boca Juniors, na temida La Bombonera, em Buenos Aires, na terça-feira. Uma semana depois, vai receber o The Strongest, da Bolívia. Entre essas duas partidas, o time viaja para encarar o Red Bull Bragantino, pelo Paulistão.