A prefeitura do Rio entregou neste domingo o Velódromo Olímpico ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A obra sofreu com atrasos e polêmicas na contratação da construtora e de um orçamento inicial de R$ 118 milhões, acabou recebendo R$ 143,5 milhões de investimentos.
“O campo de competições para a Olimpíada está extraordinário e vai permitir um alto nível de competições. Eu creio que o Rio de Janeiro terá a partir do fim das Olimpíadas, como legado, um grande equipamento para desenvolver o ciclismo no estado e no Brasil. Fazemos daqui um ponto de referência para o ciclismo de pista em todo o Brasil”, disse Leonardo Picciani, ministro do Esporte, presente ao evento de entrega do Velódromo.
O Velódromo foi a última obra a ser entregue, completando o Parque Olímpico da Barra. O palco das provas de ciclismo e paracilismo de pista recebeu R$ 118,8 milhões do Ministério do Esporte. Neste fim de semana, ciclistas de sete países – Brasil, Suíça, Austrália, Rússia, Japão, China e Hong Kong – realizaram o teste esportivo da pista.
Segundo informações do governo federal, a pista de 250 metros é feita de pinho siberiano e foi desenhada pelo alemão Ralph Schürmann. As placas e tesouras de madeira que dão suporte ao piso foram importadas da Alemanha. Foram utilizados cerca de 55 km de madeira e 94 treliças, além de 1,2 tonelada de pregos.
O tipo de pinho utilizado é menos suscetível à umidade e ao calor, o que torna a pista mais durável. A instalação terá flexibilidade para outras configurações de arena e permitirá que o Rio de Janeiro possa sediar competições internacionais após os Jogos.
O Velódromo é a única estrutura dos Jogos Olímpicos do Rio que ainda não havia sido entregue e também será a única que não receberá nenhum evento-teste. A ideia original era de um evento em março, o que acabou sendo cancelado. Uma segunda data foi sugerida, no dia 29 de abril. Mas também teve de ser anulada.
Considerada uma das construções mais difíceis devido à engenharia complexa da pista, a obra do Velódromo foi prejudicada por erros nos projetos básico e executivo, o que culminou no atraso de quatro meses no seu início. Não bastasse isso, a empresa que venceu a licitação está em recuperação judicial e precisou subcontratar outra empreiteira para executar o serviço. Para completar, a Prefeitura do Rio decidiu romper o contrato com a construtora em maio e o caso está na Justiça.
Contratada em fevereiro de 2014, a Tecnosolo questiona o rompimento. A construtora reclama atraso nos repasses da prefeitura – que afirma estar em dia com os pagamentos – e aponta para erros nos projetos básico e executivo. Segundo a empreiteira, os projetos apresentados no momento da assinatura do acordo precisaram ser refeitos sob risco de a obra apresentar “um enorme risco à população”.
A mudança no escopo do contrato e o atraso nas obras obrigou a Prefeitura do Rio a autorizar um aditivo no contrato. Orçado em R$ 118 milhões, o Velódromo tem custo agora de R$ 143 milhões, um aumento de R$ 25 milhões.