Após a retirada recorde de R$ 12,356 bilhões em janeiro, as famílias brasileiras voltaram a sacar recursos da caderneta de poupança em fevereiro. Dados do Banco Central mostram que, no mês passado, os saques líquidos somaram R$ 3,571 bilhões.
No entanto, esse foi o menor volume de saques líquidos para meses de fevereiro desde 2018, quando as retiradas somaram R$ 708 milhões. Em fevereiro do ano passado, os saques líquidos haviam sido de R$ 4,020 bilhões.
Em fevereiro deste ano, os depósitos brutos somaram R$ 194,346 bilhões, enquanto os saques brutos foram de R$ 197,918 bilhões. Assim, considerando a saída líquida de R$ 3,571 bilhões e o rendimento de R$ 2,384 bilhões ao longo do mês, o estoque total na caderneta de poupança atingiu R$ 834,428 bilhões.
No acumulado do primeiro bimestre de 2020, os saques líquidos da poupança já somam R$ 15,927 bilhões. As retiradas em dois meses superam os depósitos líquidos de R$ 13,327 bilhões na poupança em todo o ano de 2019.
Além do fraco cenário econômico e da resistência do nível elevado de desemprego, o início de todos os anos é marcado pela concentração de pagamento de impostos e de gastos extras com matrículas e material escolar.
O saldo da caderneta de poupança tem sido influenciado também pelo interesse de uma parcela dos investidores por outras aplicações. Isso porque, com a queda da Selic (a taxa básica de juros), a remuneração da poupança também vem diminuindo.
Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic. A Selic, por sua vez, está em 4,25% ao ano, no menor nível da história.
Esta regra de remuneração vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).