O Brasil fechou com um 13º e último lugar na prova de revezamento misto do esqui cross-country a sua participação na Paralimpíada de Inverno de Pyeongchang, encerrada neste domingo, na Coreia do Sul. Aline Rocha e Cristian Ribera competiram pelo País em um revezamento 4×2 de 5km, mas não tiveram sucesso em uma disputa na qual a equipe da Ucrânia faturou o ouro, o Canadá levou a prata e a Alemanha ganhou o bronze.
Como o Brasil só tinha dois atletas nesta modalidade nos Jogos Paralímpicos, Aline e Cristian tiveram de percorrer duas pernas de 2,5km cada e isso acabou pesando para que o resultado, sendo que o rondoniense de apenas 15 anos ainda precisou disputar um dos trechos com competidores que esquiavam em pé – ele usa um sit ski (esqui adaptado para atletas com deficiência em membros inferiores).
“Foi uma experiência bacana. Achei o revezamento muito divertido. Pude aproveitar a minha loucura e correr bastante. Espero que nas próximas edições dos Jogos a gente possa ter mais atletas para que tenhamos chances de brigar de igual para igual na prova”, disse Cristian, que já havia feito história para o Brasil ao conquistar um sexto lugar em sua estreia nesta Paralimpíada, na qual já obteve o melhor resultado de um brasileiro para o País na história dos Jogos de Inverno, tanto olímpico quanto paralímpico.
O garoto rondoniense radicado em Jundiaí, por sinal, encerrou a competição carregando a bandeira do Brasil no desfile da cerimônia de encerramento dos Jogos na manhã deste domingo. A festa no Estádio Olímpico de Pyeongchang celebrou a coexistência das pessoas com e sem deficiência no mesmo mundo e os recordes batidos pelos Jogos. A cerimônia também prestou uma homenagem ao físico Stephen Hawking, que morreu aos 76 anos na última quarta-feira, na Inglaterra.
Mais de 343 mil ingressos foram vendidos para esta edição dos Jogos, superando a marca de Sochi-2014, que foi de 316 mil. No final, os Estados Unidos terminaram na frente no quadro de medalhas com 36 pódios: 13 ouros, 15 pratas e oito bronzes. A segunda posição ficou para os atletas que competem sob bandeira neutra: oito ouros, dez pratas e seis bronzes. O Canadá ficou em terceiro: oito ouros, quatro pratas e 16 bronzes.
Além do esqui cross-country e do snowboard, estiveram no programa desta edição o biatlo, o esqui alpino, o curling em cadeira de rodas e o hóquei.
“O número recorde de países participantes e de ganhadores de medalhas de ouro sublinha o crescimento do movimento paralímpico internacional. A chave, agora, é aproveitar esse momento e fazer dos Jogos de Pequim, em 2022, um evento de inverno ainda maior e melhor”, afirmou o brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), ao comentar os Jogos encerrados neste domingo.
BALANÇO DO BRASIL – O Brasil contou com uma delegação de apenas três atletas nesta edição dos jogos Paralímpicos, sendo que Cristian Ribeira foi o maior destaque com um sexto lugar na prova dos 15km do esqui cross-country, sendo que ainda ficou no Top 10 de uma segunda disputa, a de 7,5km, ao terminar em nono lugar. Em uma terceira prova individual que realizou, ele ficou em 15º no sprint de 1,1km desta modalidade.
Aline Rocha, por sua vez, fez história apenas por participar dos Jogos, pois se tornar a primeira brasileira a se classificar para uma Paralimpíada de Inverno. Também competindo em quatro provas do esqui cross-country, ela obteve um 12º lugar nos 5km, um 15º nos 12km e um 22º no 1,1km.
Já André Cintra, que já havia participado dos Jogos de Sochi-2014, conquistou dois décimos lugares no snowboard, sendo uma no banked slalom e outro no cross.