O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 1,4 ponto em janeiro ante dezembro, atingindo 92,5 pontos, perto de onde estava o indicador em fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19, informou nesta terça-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Considerando as médias móveis trimestrais, houve recuo de 0,9 ponto em janeiro, primeira queda depois de seis altas seguidas.
O resultado deste primeiro mês de 2021, informa a FGV, é reflexo da piora da percepção de empresários na leitura sobre o momento atual e também as menores expectativas com relação aos próximos meses.
No Índice de Situação Atual (ISA-CST), a queda foi de 1,9 ponto em janeiro ante dezembro, o que levou o indicador a 90,5 pontos. O recuo foi o primeiro desde junho de 2020. O indicador de situação atual dos negócios caiu 2,3 pontos e foi a 92,5 pontos, enquanto o nível da carteira de contratos cedeu 1,4 ponto e chegou a 88,7 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) teve em janeiro sua terceira queda consecutiva, variando 0,9 ponto entre dezembro (95,5 pontos) e janeiro (94,6 pontos). Houve aumento de 2,0 pontos no indicador de tendência dos negócios, o que não foi suficiente para compensar a redução de 2,6 pontos ocorrida no mês passado. A demanda prevista caiu 3,8 pontos.
"O ano se inicia com um arrefecimento no ânimo dos empresários da construção. O resultado ocorre no momento em que vem ganhando destaque a elevação dos preços dos insumos setoriais entre os fatores assinalados como limitantes aos negócios. Desde setembro, o custo dos materiais vem crescendo como fator limitativo, associado ao expressivo aumento de preços observado a partir desse período", afirma Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV. Para ela, este aumento de preços "deve se manter entre as principais dificuldades do setor nos próximos meses".
O índice que mede o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da construção fez o caminho inverso dos outros indicadores da construção e subiu 1,1 ponto porcentual (pp), chegando a 70,4%.
Segundo a FGV, o resultado positivo foi puxado pelo aumento de 1,3 pp do NUCI de Mão de Obra (74,1% para 75,4%) e pelo aumento de 0,9 pp no nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (65,6% para 66,5%).