Economia

Dólar encerra em queda com reforma da Previdência no radar do investidor

Depois de ter subido pela manhã, reagindo à baixa adesão de deputados da base aliada ao jantar oferecido na quarta-feira, 22, pelo presidente Michel Temer para apresentar a nova versão da reforma da Previdência, o dólar inverteu a tendência e, no meio da tarde, se firmou no campo negativo. A mudança de viés foi atribuída a informações extraoficiais de que a reforma da Previdência poderia ser votada em dezembro na Câmara, ao contrário das sinalizações recentes de que não haveria tempo nem votos suficientes para a aprovação da pauta.

“Mesmo assim, alguns investidores se anteciparam à confirmação da data da votação da reforma, apesar da liquidez mais baixa no mercado por causa do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos”, afirmou Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

O dólar à vista fechou em queda de 0,19%, a R$ 3,2224. O volume foi de US$ 1,275 bilhão. Na mínima, chegou a R$ 3,2199 (-0,27%) e, na máxima, a R$ 3,2425 (+0,43%).

No exterior, o comportamento foi menos errático. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a seis moedas de países desenvolvidos, se manteve em queda ao longo do dia. O motivo, segundo Battistel, ainda é a repercussão da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), divulgada na quarta-feira, que indicou que a inflação pode ficar abaixo da meta de 2% por mais tempo do que o previsto, o que implicaria um aperto monetário menor do que o esperado.

Voltando ao mercado doméstico, o dólar se manteve em alta durante boa parte do dia devido a preocupações com a reforma da Previdência, especialmente depois que o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) deu por encerrada a polêmica envolvendo a sua nomeação para a Secretaria de Governo no lugar do tucano Antônio Imbassahy. Segundo ele, o convite para que ele ocupasse o cargo nunca ocorreu.

“O mercado é cascudo, não vai dar tanta importância para esse tropeço na mudança ministerial. O ponto chave é o relógio: será que vai haver tempo suficiente para passar a reforma da Previdência?”, questiona Cleber Alessie Machado Neto, operador da H.Commcor DTVM. “Por enquanto, estamos todos em compasso de espera.”

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