Economia

Dólar tem pequena queda e mantém patamar de R$ 3,40

Depois do estresse de segunda-feira, 9, quando alcançou maior patamar em 16 meses, o dólar à vista devolveu um pouco da alta e encerrou nesta terça-feira, 10, a R$ 3,4104 (-0,28%) – mantendo a casa dos R$ 3,40. Na B3, o dólar para maio estava em baixa de 0,35% a R$ 3,416, às 17h16. O giro dos negócios no futuro (vencimento de maio) estava em cerca US$ 23 bilhões; no mercado à vista, somou US$ 1,9 bilhão.

A sessão foi marcada pela volatilidade. A moeda abriu em queda, começou a subir e bateu a máxima de R$ 3,4358. No começo da tarde, oscilou entre leves altas e baixas e, na reta final do pregão, manteve a queda. O comportamento dos preços do petróleo, de forte alta, ao redor do 3,7%, contribuiu para a queda. A moeda americana teve um dia de enfraquecimento em relação a diversas moedas de países emergentes, à exceção do rublo.

Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos, destaca que nas últimas semanas a divisa brasileira tem apresentado volatilidade muito elevada. “A volatilidade do real se compara, por exemplo, à observada no rublo, num momento em que a Rússia enfrenta sanções dos Estados Unidos”, afirmou. “É difícil falar sobre o câmbio nesse ambiente de alta volatilidade”, disse. Para Crespo, a moeda oscilou nesta terça mais em função do ambiente externo, já que não houve notícia local que tenha formado preço.

O ambiente doméstico, no entanto, continua na cabeça de todos os investidores, pelas incertezas eleitorais. O mercado ainda aguarda a divulgação de pesquisas e acompanhar quais candidatos se destacam num cenário sem Lula, por exemplo. O Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que o DataFolha está com uma pesquisa em campo de intenção de votos à Presidência, com previsão de divulgação no dia 15.

Em evento organizado pelo Itaú, o economista-chefe do banco, Mario Mesquita, disse que a inflação está em patamar benigno, em torno de 3%. Para ele, o câmbio no patamar dos R$ 3,40 não é preocupante para a inflação. “O câmbio vinha ajudando e agora vai ajudar menos”, disse ele, ressaltando que pelo fato de o Brasil ser uma economia muito fechada, o real precisaria se depreciar muito mais, com o dólar batendo os R$ 3,70 ou mais, para a trajetória de inflação piorar substancialmente.

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