Dominante, sereno e frio, o sérvio Novak Djokovic derrotou o russo Daniil Medvedev por 3 sets a 0, parciais de 7/5, 6/2 e 6/2, e garantiu neste domingo seu nono título do Aberto da Austrália, o terceiro consecutivo. Com uma atuação praticamente impecável, o número 1 do mundo aproveitou o descontrole do adversário para vencer com certa tranquilidade, em 1h53, o duelo que prometia ser mais duro
Djokovic alcançou 18º título de Grand Slam, o que o coloca a dois dos 20 do suíço Roger Federer e do espanhol Rafael Nadal, maiores campeões. O sérvio também tem em sua galeria de troféus cinco conquistas de Wimbledon, três do US Open e uma de Roland Garros. No geral, são 82 títulos na carreira, a quinta maior coleção do tênis profissional.
Com sua vitória, o sérvio se tornou o segundo tenista a faturar nove títulos de um único Grand Slam. O primeiro jogador a alcançar esse feito foi Nadal com sua coroa em 2014 em Roland Garros.
O número 1 do mundo, de quebra, encerrou a série invicta de Medvedev, que não perdia no circuito profissional desde outubro e somava 20 partidas de invencibilidade. Com a trajetória vitoriosa em Melbourne, ele embolsou o prêmio de US$ 2,15 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões).
Medvedev, por sua vez, perde sua segunda final em um Grand Slam após o US Open de 2019, e rompe com sua série de 20 vitórias consecutivas. Seu tropeço foi outra decepção para uma nova geração que ainda é incapaz de desbancar o domínio de Djokovic, Nadal e Federer nos últimos anos. Apesar disso, ele deixa a Austrália com uma campanha que lhe renderá o terceiro lugar no ranking da ATP, seu melhor posto na carreira, superando o austríaco Dominic Thiem. A lista será atualizada nesta segunda-feira.
O número um do mundo se recuperou a tempo de uma lesão abdominal sofrida em sua partida da terceira rodada contra Taylor Fritz. Em um ritmo acelerado, Djokovic assumiu uma vantagem de 3 a 0 no placar enquanto o público ainda acessada a Rod Laver Arena, que foi mantida a portas fechadas por cinco dias entre a primeira e a segunda semana da competição, como consequência do confinamento em Melbourne.
Consistente nas devoluções, o tenista da Sérvia conseguiu a quebra num erro do adversário para fora. O russo não se intimidou, devolveu o break num smash errado do rival no quinto game e logo igualou em 3/3. Depois disso, os dois confirmaram seus serviços até o 12º game, no qual Djokovic teve três chances de quebra e aproveitou a última delas para fechar o primeiro set depois de ver o rival salvar duas.
O russo de 25 anos teve uma atuação muito abaixo do que vinha apresentado e se desesperou com o brilhantismo do oponente, a ponto de destruir a raquete depois de acertar o solo na última parte do segundo set, quando desmoronou ao levar a virada do adversário. Naquele momento, Djokovic abriu 5 a 1, viu o adversário se desconcertar e aproveitou para quebrar de novo o saque do russo e fechar a parcial em 6/2.
Sem nada a perder, Medvedev teve lampejos no terceiro set. Passou a ser mais agressivo, arriscou mais e, apesar de acumular erros não forçados, protagonizou belos lances. Chegou inteiro numa curtinha e passou a bola para o outro lado da rede com um efeito impressionante, arrancando palmas de Djokovic. No entanto, quando estava perto de quebrar o saque do número 1 do mundo, este salvava os breaks e deixava o tenista da Rússia irritado. E a nova frustração foi mais uma vez descontada na raquete e o placar já marcava 3 a 0 para Nole.
Medvedev foi para cima a fim de tentar reverter a desvantagem e até pediu apoio da torcida. Mas foi em vão. No oitavo game, Djokovic deu aula de tênis. Alcançou mais um break point, o sétimo aproveitado em todo o jogo, e, com um smash meio sem jeito, selou novo 6/2 e definiu a conquista do nono título do Aberto da Austrália, no qual é soberano.