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Em futura CPI, PSDB mira empreiteiros e pessoas ligadas ao PT e ao PMDB

A estratégia de atuação do PSDB para a nova CPI da Petrobras, prevista para ser instalada na Câmara na próxima semana, mira convocações de empreiteiros, pessoas ligados a partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff e de autoridades envolvidas na Operação Lava Jato. Comandados pelo presidente do partido, o senador Aécio Neves (MG), os tucanos reuniram-se ontem e definiram como alvos, no primeiro momento da investigação parlamentar, presos e envolvidos na operação, além do nomes ligados ao PT e ao PMDB.

A lista do PSDB tem 13 requerimentos de convocação: os ex-ministros do PT José Dirceu e Antonio Palocci, o atual tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, e Renato Duque, ex-diretor de Serviços indicado por Dirceu; o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e o lobista Fernando Machado, nomes ligados ao PMDB; Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras que disse que o PT recebeu US$ 200 milhões em recursos do esquema; os executivos das empreiteiras Eduardo Leite (Camargo Corrêa), Augusto Mendonça e Júlio Camargo (Toyo Setal) e Ricardo Pessoa (UTC Engenharia); o lobista Julio Faerman, apontado como intermediário do esquema de pagamento de propinas a funcionários da Petrobras; Mário Goes, que seria um dos operadores do esquema.

O PSDB quer a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de cinco pessoas: José Dirceu, Antonio Palocci, João Vaccari Neto, Renato Duque e Pedro Barusco. Os tucanos também defendem a criação de três sub-relatorias como forma de aprofundar as investigações: uma de Sistematização, outra Operacional e uma terceira, do Núcleo Político. E ainda vão pedir o compartilhamento de todo o acervo da CPI mista da Petrobras, que funcionou no ano passado, e de investigações, inquéritos e processos sobre a Operação Lava Jato que correm na Procuradoria-Geral da República ou estão nas mãos de Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ou ainda com o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da operação na primeira instância.

Núcleos

O líder da bancada na Câmara, Carlos Sampaio (SP), produziu um organograma para orientar os trabalhos da oposição na CPI que será instalada na próxima semana. O tucano dividiu o esquema de corrupção e de desvio de recursos na Petrobras em seis núcleos de atuação. O principal deles é o estratégico, no qual são identificados como os “cabeças” Palocci e Dirceu. Num segundo plano, aparece o núcleo público da Petrobras, composto pelos ex-presidentes José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, e do atual Aldemir Bendine, além de cinco ex-diretores (Renato Duque, Paulo Roberto Costa, José Carlos Cosenza, Jorge Zelada e Nestor Cerveró) e também de Sérgio Machado e Pedro Barusco.

No núcleo operacional identificado pelo tucano são citados 15 operadores, entre eles, Vaccari Neto. Já o núcleo externo seria comandado pelas offshores – empresas constituídas em paraísos fiscais para receberem recursos de origem não declarada. O núcleo privado seria formado por fornecedores e empresários e o político seria coordenado por partidos e filiados.

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