O candidato a presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), aliado do presidente da República, Jair Bolsonaro, negou nesta segunda-feira, em discurso na tribuna da Casa, que, se eleito, será subserviente ao governo. Pacheco defendeu a governabilidade sem subserviência. "Governabilidade não é ser subserviente ao governo, e não o seremos. Governabilidade é fundamental para o momento que vivemos no Brasil hoje", disse.
Ele defendeu também a estrutura necessária para a atuação dos senadores, sem que esta seja compreendida como "favor e benefício". "A defesa e garantia das prerrogativas dos parlamentares, de dar a V. Exas. instrumentos, inviolabilidade de manifestação de palavras e votos, imunidades", afirmou.
De acordo com Pacheco, não se deve demonizar e criticar de maneira injusta os instrumentos necessários para o trabalho parlamentar.
O candidato disse também que não haverá nenhum tipo de influência externa na "vontade livre" dos senadores. "Asseguro com toda força do meu ser o meu propósito de independência", afirmou ainda.
Em janeiro, o governo Bolsonaro pagou um volume recorde de emendas parlamentares. No total, foram destinados R$ 504 milhões para redutos eleitorais de deputados e senadores até o dia 26, conforme a indicação de congressistas. Em meio à disputa pelos comandos do Senado e da Câmara, o governo também destinou R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em obras em seus redutos eleitorais.
Pacheco citou também a "pacificação das instituições, dos Poderes e entre nós, senadores". "Não podemos nos render ao discurso fácil, temos que ter compromisso com resultados", afirmou.
Em sua fala, Pacheco reforçou ainda o compromisso com saúde pública, social e desenvolvimento econômico e defendeu a "vacina para todos os brasileiros de forma imediata". Prometeu discutir a Comissão de Segurança Pública com líderes, prometeu a reforma do Regimento Interno da Casa e a representação das mulheres no Colégio de Líderes. "Minha vontade será sempre submetida aos líderes partidários", disse, ao pedir, em seguida, um "voto de confiança" para "fazer trabalho em favor do povo do Brasil".
Pacheco ainda fez uma defesa do federalismo e da autonomia dos entes federados. "Deve ser a tônica de um presidente do Senado e do trabalho de um Senado da República."
<b>Teto de gastos</b>
O senador disse também que, apesar do teto de gastos, há a "obrigação de reconhecer o estado de necessidade do Brasil, que faz com que milhares de miseráveis e vulneráveis precisem do Estado". "Vamos inaugurar diálogo para conciliar teto com assistência social, isso é para ontem", comentou.
Pacheco defendeu um "diálogo pleno e efetivo de resultados para consolidar o teto dos gasto com a assistência social, diálogo junto à equipe econômica do governo".
Ele afirmou que o crescimento econômico virá com emendas constitucionais, projetos de lei e reformas para o País.
O senador defendeu "coragem" do presidente do Congresso para "dizer os valores do Parlamento".