O aumento de casos do novo coronavírus na Austrália e em boa parte do mundo tem causado indefinições com relação à disputa da edição de 2021 do Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada em janeiro. Nesta quarta-feira, o ministro dos Esportes de Victoria, Martin Pakula, disse que o evento de tênis "provavelmente" será atrasado por uma ou duas semanas, mas reiterou que a situação está evoluindo rapidamente. As negociações entre a Tennis Australia, que organiza a competição, e o governo da região onde fica a cidade de Melbourne estão em andamento.
"Há uma série de datas possíveis na mesa. Tenho visto relatórios que sugerem que é provável que demore uma ou duas semanas. Acho que ainda é mais provável. Mas não é a única opção. Como você sabe, Roland Garros (Grand Slam na França) atrasou muitos meses e Wimbledon (Inglaterra) nem aconteceu. Ainda acho que é muito mais provável que seja um atraso mais curto do que mais longo", disse Pakula, em entrevista ao jornal australiano Sidney Morning Herald.
A provável decisão pelo adiamento é devido à falta de um acordo até aqui entre organizadores, ATP, WTA e o governo local sobre medidas de precaução contra o novo coronavírus. A competição está programada para ser realizada entre os dias 18 e 31 de janeiro.
Na última terça-feira, a direção do Grand Slam australiano se mostrou esperançosa de que o torneio ainda poderá começar na data planejada. Foi estabelecido um plano para jogar todos os eventos em Melbourne, mas o governo local segue firme na cobrança de uma quarentena rígida de 14 dias dos tenistas e isso tem complicado a situação.
Os jogadores gostariam de ser capazes de treinar em um ambiente de bolha antes da competição, mas Pakula não entrou nos detalhes. "Os requisitos de quarentena serão aqueles que finalmente forem acordados com o departamento de saúde pública e então caberá ao ATP e ao WTA se eles são aceitáveis ou não", afirmou o ministro.
Campeão do ATP Finals, em Londres, na última semana, o russo Daniil Medvedev afirmou que a integridade física dos tenistas estaria em risco caso fossem impedidos de treinar durante a quarentena antes do Aberto da Austrália.
"Se, por exemplo, você não conseguiu competir ou treinar durante a quarentena um pouco antes do torneio, não acho que o torneio deva acontecer. Não estou reclamando que é chato ou algo parecido. Acontece que sair do quarto depois de 14 dias sem fazer nada e jogar cinco sets imediatamente seria muito perigoso para a saúde de qualquer esportista", afirmou o número 4 do mundo em entrevista à CNN.