O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse nesta quinta-feira, 22, que o governo estima em cerca de R$ 50 bilhões o valor do déficit primário nas contas do governo federal em 2015. Os valores não levam em conta o acerto das chamadas pedaladas fiscais – despesas atrasadas propositalmente pelo governo junto aos bancos, prática que foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
“Será em torno de R$ 50 bilhões”, declarou o ministro Jaques Wagner, sem querer precisar quando o governo vai anunciar o rombo no orçamento a ser enviado ao Congresso, ainda referente a este ano. Após reconhecer que nestes R$ 50 bilhões não estão incluídas as pedaladas, o que poderá elevar ainda mais o déficit, o ministro explicou por que este número não incluiu esta prática. “É porque ainda precisa saber se o TCU vai permitir ou não parcelamento. Se ele disser que é tudo este ano aí nós vamos incluir”, declarou ele, na saída da cerimônia de sanção da lei que prorroga por mais 20 anos o funcionamento das lotéricas que não passaram por licitação e só têm permissão para fazê-lo.
Lembrado que, se as pedaladas forem incluídas no déficit, esse número passará de R$ 70 bilhões, o ministro reagiu: “calma, depende da forma como será resolvido (o parcelamento)”. E emendou: “É em torno de R$ 50 bilhões. Se entrar dinheiro, diminui, se não entrar, mantém o número que deve ser mandado para o Congresso”.
O ministro disse ainda que, se entrarem os R$ 11 bilhões referentes ao leilão das hidrelétricas, “ótimo, o rombo será menor”. “Nós vamos estabelecer o que é frustração de receita e esperar algumas coisas que podem se confirmar”, afirmou. E completou: “Infelizmente temos de trabalhar assim, temos de esperar”. A expectativa no Planalto é que este número seja apresentado nesta sexta-feira.