O candidato à presidência da Câmara Arthur Lira (PP-AL) afirmou que vai pautar o projeto de lei de privatização da Eletrobras se houver maioria na Casa a favor da proposta. Ele insinuou que o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não colocou o projeto em votação em razão de um acordo com a oposição.
"Eletrobras quem deixou de pautar não fomos nós. O projeto de privatização está lá há muito tempo. O acordo quem fez para não ser pautado também não fomos nós. O que eu venho garantindo, prometendo para todos os deputados, é a discussão de todas as matérias, sem nenhum tipo de preconceito, e as privatizações estão no meio", disse Lira nesta terça-feira, 26, em Brasília.
"Nós vamos pautar. Se tiver maioria vai ser votada, e se não tiver vai postergar, mas a discussão vai tratar do tema como ele verdadeiramente é. É nossa obrigação."
A saída de Wilson Ferreira Jr. da presidência da Eletrobras trouxe de volta o debate sobre a privatização, uma vez que o executivo atribuiu sua renúncia às dificuldades em aprovar a capitalização da estatal no Congresso.
Ele anunciou a decisão três dias após o <i>Estadão/Broadcast</i> publicar uma entrevista com o candidato apoiado pelo governo Jair Bolsonaro para o Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em que ele disse claramente que a privatização da Eletrobras não seria prioridade em sua gestão.
No governo, a saída de Ferreira Jr. surpreendeu, principalmente pelo timing, uma semana antes das eleições para a presidência da Câmara e no Senado – a quem cabe dar aval à privatização. O Ministério da Economia sabe que a definição do novo presidente da Eletrobras é o que vai dizer ao mercado se a privatização vai finalmente andar ou se vai naufragar de vez.