Massagista confessa ter matado e esquartejado chargista em Campo Grande

A massagista Clarice Silvestre confessou à polícia ter matado e esquartejado o chargista Marco Antônio Rosa Borges, de 54 anos. O crime aconteceu no último sábado, 21, em Campo Grande, e a confissão foi realizada na terça-feira, 24. Na quarta-feira, 25, o filho da massagista, o jovem João Vitor Silvestre, de 24 anos, admitiu ter ajudado a mãe a esquartejar o corpo da vítima.

O artista havia desaparecido no sábado, quando a família resolveu rastrear o celular da vítima e descobriu que o último sinal do aparelho havia sido enviado nas proximidades da casa da Clarice, com quem o chargista havia iniciado um relacionamento recentemente.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Kelvis Antonio Borges, de 25 anos, único filho de Marco Antônio, disse que suspeitava do envolvimento de terceiros no crime, acrescentando que o pai era discreto e não falava muito do relacionamento com a massagista.

A Delegacia Especializada de Homicídio (DEH) foi acionada após Clarice indicar o local do crime. Na terça-feira, a equipe encontrou malas com os restos mortais em um terreno na região sul de Campo Grande, mas a identidade do cadáver só deve ser confirmada após exames de DNA.

<b>Chargista foi empurrado da escada e atacado com faca</b>

De acordo com o depoimento da massagista, o assassinato aconteceu após uma discussão em que Marco Antônio teria a agredido com dois tapas no rosto. Durante a briga, ela teria empurrado o chargista da escada, e em seguida corrido até a cozinha, pegado uma faca e o golpeado até a morte.

Após o assassinato, ela teria ido a um bar na esquina de sua casa, antes de voltar ao local do crime, esquartejar a vítima, distribuir as partes do corpo em malas que teria tocado fogo.

Já na versão de João Vitor, ele teria recebido um telefonema da mãe ainda no sábado, pedindo ajuda para consertar um encanamento estragado na residência. O rapaz disse que estava trabalhando e, assim que estivesse liberado, iria visitá-la. Mais tarde, ele constatou que o chargista já estava morto.

De acordo com o delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito, o rapaz então ajudou a mãe a esquartejar o corpo e a guardar os restos em três malas.

Em seguida, ele levou as malas para a casa, no bairro Jardim Tarumã. No domingo, João Vitor e Clarice acionaram um motorista de aplicativo e transportaram as malas até uma casa abandonada, onde o corpo foi carbonizado.

Na tarde da quarta-feira, agentes da delegacia fizeram buscas na casa do jovem, que alegou que pretendia se entregar. Ele foi conduzido, prestou esclarecimentos e foi liberado. A polícia investiga se o motorista de aplicativo tinha conhecimento do crime. Clarice era considerada uma das suspeitas e já havia um pedido de prisão protocolado contra ela na segunda-feira, 23.

<b>Nossa redação perde um combatente, diz jornal</b>

Marco Antônio era velho conhecido da imprensa local, onde publicou vários trabalhos. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Alex Fraga, ex-editor-chefe do jornal <i>O Estado</i>, no qual Marco Antônio foi colaborador, disse que ficou espantado com o depoimento de Clarice, uma vez que o chargista era tranquilo e "da paz", jamais apresentando um perfil agressivo aos colegas.

Em nota, o jornal <i>O Estado</i> lamentou a morte do colaborador. "Marcos era chargista do jornal desde outubro de 2006 e, ao longo destes anos, ilustrou as edições com seu traço único, carregado de humor, ironia ou tristeza, como a que estamos sentindo neste momento", diz o trecho. "Foram 14 anos ininterruptos com informações em forma de charge, publicada sempre na página de Opinião do jornal. Aos familiares do Marcos, desejamos forças e muito amor para atravessar esta hora tão dolorida. Nossa redação, hoje, perde um combatente, mas o legado do Marcos Borges continua em nossas páginas e na lembrança dos nossos leitores", continuou o texto.

Kelvis, filho de Marco Antônio, disse que sempre teve uma relação próxima com o pai, que tinha um perfil conciliador e nunca teria mostrado sinais de agressividades. O chargista morava com os pais idosos, em Campo Grande. Além de Kelvis, ele deixou um neto de apenas um ano.

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