OMS: Não há provas de que cloroquina e hidroxicloroquina sejam eficientes

Diretor executivo do Programa de Emergências à Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan voltou a afirmar que, até o momento, os estudos disponíveis não amparam a utilização da cloroquina ou da hidroxicloroquina contra o novo coronavírus. "A OMS não recomenda o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina para a covid-19 fora de ensaios clínicos e com a supervisão clínica próxima apropriada", afirmou Ryan, durante entrevista coletiva da entidade nesta quarta, 27.

A autoridade da OMS comentou que "em alguns países, autoridades autorizaram o uso dos medicamentos "sob supervisão clínica próxima". Segundo ele, a posição da OMS sobre esse ponto "é clara". Ryan lembrou hoje que, nesta semana, a entidade retirou a hidroxicloroquina de seu ensaio clínico Solidariedade, "como precaução para verificar as questões de segurança com relação ao remédio", mas não descartou que ela possa voltar a ser testada, a depender das conclusões. No início da semana, a OMS disse que revisaria os dados disponíveis e daria uma nova posição sobre os dois medicamentos em até duas semanas, após estudos concluírem que ambos aumentam o risco de vida dos pacientes e também de arritmias cardíacas.

Ryan lembrou que os dois remédios continuam a ser importantes para o combate a outras doenças, como malária e lúpus, mas também com orientação médica. "A preocupação específica com elas se relaciona ao uso para a covid-19", ressaltou, dizendo que neste momento "não há evidência empírica de que esses medicamentos funcionam, seja para tratamento, seja como profilaxia" contra essa doença.

Líder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria Van Kerkhove disse que "não temos ainda medicamentos específicos" contra o coronavírus, mas há testes em andamento de remédios e seus resultados serão repassados a autoridades e médicos pelo mundo.

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