A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu recomendar aos países membros e seus aliados um corte adicional de 1,5 milhão de barris por dia (bpd) na produção de petróleo até o fim de junho deste ano, de olho nos impactos do coronavírus. A decisão final sobre o tema deve ser tomada amanhã, quando acontece a cúpula da Opep e aliados (Opep+), em Viena, na Áustria.
A proposta encaminhada pela instituição recomenda que membros da Opep se responsabilizem por redução adicional de 1 milhão de bpd, enquanto o corte dos 500 mil bpd restantes caberiam aos países aliados do cartel.
Em nota, a Opep diz que o impacto do coronavírus sobre o mercado da commodity energética requer um "monitoramento contínuo adicional", o que daria motivos para uma ampliação na política de cortes. "O surto do covid-19 teve um grande impacto adverso nas previsões econômicas e de demanda global de petróleo em 2020, principalmente no primeiro e no segundo trimestre", diz o documento.
O grupo ainda cortou sua projeção no crescimento global da demanda por petróleo neste ano de 1,1 milhão de barris por dia para 0,48 milhão de barris por dia. "A situação sem precedentes e a dinâmica do mercado em constante mudança significam que os riscos são desviados para o lado negativo", defende a Opep.