Política de preços da Petrobras está blindada

Um dos três conselheiros de administração eleitos por minoritários da Petrobras, o advogado e ex-desembargador federal Leonardo Antonelli considera que, mesmo com uma troca de comando, a estatal está blindada no que se refere à sua política de preços. O estatuto prevê que ela seja compensada se convocada a contribuir com o interesse público (como controle da inflação).

Em entrevista ao <b>Estadão/Broadcast</b>, ele afirma que levar o caso à Justiça o caso não atende aos interesses dos investidores e que uma "debandada" de conselheiros e da diretoria executiva não é a melhor estratégia. "O momento é de união", diz.

Leia, a seguir, o principais trechos da entrevista:

<b>Quais serão os próximos passos na troca de comando da Petrobras?</b>

Compete ao Conselho apreciar o pedido formulado pelo controlador, através de ofício do Ministério das Minas e Energia, de convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para destituição do conselheiro (e presidente) Roberto Castello Branco e recondução dos indicados pelo governo, com seu novo integrante general Joaquim Silva e Luna. O conselho decidirá se acolhe o pedido, ou se o rejeita, hipótese em que a legislação assegura ao detentor de mais de 5% das ações com direito a voto a fazê-lo, através da convocação direta de uma AGE.

<b>Mudar o presidente significará mudar a política de preços?</b>

A política de preços da Petrobras está prevista no Estatuto Social, que garante a compensação da companhia sempre que chamada pela União para contribuir com o interesse público. Para que haja mudança, deveria haver uma nova assembleia. A companhia está blindada.

<b>Chegou a ser ventilada uma debandada dos conselheiros…</b>

Uma debandada de conselheiros e diretores não atende ao melhor interesse da companhia. O momento é de união e restabelecimento da confiança dos investidores na empresa.

<b>A Petrobras teve perda bilionária no mercado nesses dois dias. O caso deve ir à Justiça?</b>

Toda lesão ou ameaça de lesão de direito pode ser judicializada. Mas isso não atende ao melhor interesse dos investidores, nem da companhia. Essa briga é um perde-perde.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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