Manifestantes realizaram neste domingo, em São Paulo, novo protesto contra o governo Jair Bolsonaro. Após um acordo com a Polícia Militar, o grupo se reuniu na avenida Paulista, em frente ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Já os bolsonaristas, apenas algumas dezenas, se concentraram no centro da cidade, na região do Viaduto do Chá. Foi o terceiro domingo consecutivo de manifestações na cidade, contra e a favor ao presidente da República. Em Brasília, também houve ato pró-governo.
Em São Paulo, o protesto foi convocado mais uma vez por grupos ligados a torcidas de futebol e movimentos sociais. Os torcedores têm se manifestado politicamente por meio do movimento Somos Democracia. O ato na Paulista começou às 14h e durou cerca de duas horas e meia, em uma tarde com temperatura em torno de 15ºC. Assim como no sábado, os manifestantes ficaram em frente ao Masp. Uma bandeira de 100 metros com os escritos "Fora Bolsonaro" e "Sua gripezinha matou 40 mil" foi carregada por dezenas de participantes na avenida.
A PM acompanhou a distância o posicionamento de faixas e cartazes que pediam a saída do presidente. Por volta das 15h, cerca de dois quarteirões da avenida Paulista estavam tomados pelos críticos ao governo. De acordo com pessoas que participaram do ato, não houve confrontos com a PM.
Além dos manifestantes ligados às torcidas de futebol, o ato reuniu movimentos sociais, como a Central de Movimentos Populares (CMP), a Frente Povo Sem Medo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), estudantes e partidos políticos de esquerda. Também engrossaram os atos coletivos ligados ao movimento negro.
No centro de São Paulo, pouco mais de 100 pessoas participaram neste domingo de um ato inicialmente marcado em favor do presidente Jair Bolsonaro. Esvaziado, o protesto virou uma crítica ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Por meio de faixas, manifestantes pediram a renúncia do tucano em frente à sede da Prefeitura.
O ato a favor do governo foi organizado pelos movimentos Unidos Por São Paulo e Deus, Pátria e Família. Os manifestantes ocuparam o entorno de um carro de som que exibia uma faixa com o escrito "Fora Doria" e tocava músicas, entre elas o hino nacional. Muitos dos presentes na manifestação carregavam a bandeira do Brasil e não utilizavam a máscara de proteção.
A manifestação, que começou às 14h, terminou por volta das 17h. De acordo com Mauro Reinaldo, um dos organizadores, era aguardada a presença de mais pessoas. "Porém, não esperávamos um tempo tão frio", afirmou. Uma nova manifestação organizada pelos dois movimentos está marcada para o dia 21 de junho em frente à Fiesp.
<b>Brasília</b>
Impedidos de entrar na Esplanada dos Ministérios, cerca de 50 manifestantes bolsonaristas se reuniram no quartel-general do Exército, no Setor Militar Urbano, em um ato a favor do governo. Eles pediam presença do presidente Jair Bolsonaro na manifestação. Parte desses manifestantes decidiu seguir em carreata para o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, aos gritos de "Ibaneis Ditador", em referência ao governador do DF, Ibaneis Rocha.
<b>Campanha</b>
Organizações da sociedade civil lançam nesta segunda-feira a campanha "Eleições Seguras – Democracia é atividade essencial". O objetivo é pedir que a votação para eleger prefeitos e vereadores ocorra ainda este ano, de modo a evitar que os mandatos atuais sejam prorrogados. As entidades envolvidas acreditam que a possibilidade de adiar o pleito em razão da pandemia da covid-19 para o ano que vem possa abrir "precedentes absolutamente indesejáveis para o funcionamento do nosso regime democrático". Neste domingo, ao <b>Estadão</b>, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, defendeu que o pleito seja adiado, mas realizado em 2020. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>