Professores de cursinhos e candidatos da Fuvest, que dá acesso à Universidade de São Paulo (USP), consideraram a prova de ontem (5) de nível médio, com tônica interdisciplinar. O exame, parte da etapa final do vestibular, reuniu itens de várias disciplinas do ensino médio. Para alunos ouvidos pelo Estado, as exatas exigiram maior esforço. “Não foi tão exigente nos cálculos nem era preciso que o candidato escrevesse demais na resposta”, diz Célio Tasinafo, da Oficina do Estudante. Os enunciados, como é tradicional na Fuvest, eram curtos e objetivos.
O vestibulando Arthur Trento, de 17 anos, acredita que a cobrança menor de contas difíceis ajuda a elevar a concorrência. “Deve subir a nota de corte”, afirma ele, que faz a Fuvest pela primeira vez para Química. O coordenador do cursinho Etapa, Edmilson Motta, destacou que a mistura de disciplinas, exigida nos testes de ontem, é uma preocupação dos processos seletivos. “O Enem traz isso, mas a Fuvest é a que mais aproveita o conceito porque é discursiva.”
Aos candidatos, a interdisciplinaridade trouxe algumas surpresas. “Havia questões em que eu pensava em uma disciplina, mas eram sobre várias”, conta Guilherme Silva, de 17 anos. Estreante na Fuvest, ele vê poucas chances de passar. Matemática praticamente não apareceu sozinha, mas aliada a outras disciplinas. “Ao mesmo tempo, havia um raciocínio lógico próprio da Matemática que envolvia as questões”, diz Lilio Paolilello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli. Um item de Geografia usou como ponto de partida o livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos. A Fuvest acaba hoje, com provas específicas, de acordo com o curso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.