Sem acordo sobre vacinação, Pazuello diz que governo não mede esforços

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse hoje, 8, que o presidente Jair Bolsonaro "não mede esforços junto com ministros para alcançar vacinas". A fala do ministro acontece um dia depois do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciar um plano de vacinação contra covid-19 aos paulistas a partir de 25 de janeiro, e logo após encontro com governadores no Palácio do Planalto marcado por divergências e sem acordos sobre o início da imunização

"Ele Bolsonaro não mede esforços, junto com todos os demais ministros, governadores e prefeitos para que tão logo todos os brasileiros e brasileiras que desejarem sejam imunizados", disse o ministro, em um anúncio feito no Planalto, sobre o presidente. Bolsonaro classificou a doença como "gripezinha" no início da pandemia e depois negou que tenha dito o termo. Pazuello não respondeu perguntas da imprensa durante o evento.

Na reunião sobre o tema os governadores do País, Pazuello foi duramente cobrado por medidas concretas do governo federal para a ampla imunização da população assim que alguma das vacinas em desenvolvimento tenha o aval dos órgãos regulatórios.

"Compete ao Ministério da Saúde realizar o planejamento e vacinação em todo o Brasil. Não podemos dividir o Brasil num momento difícil que todos nós passamos. O Ministério da Saúde acompanha a evolução de imunizantes para covid-19 em passos acelerados e com total responsabilidade", disse. "Tudo está sendo feito de acordo com o ritos científicos, e seguindo os protocolos da agência reguladora, a Anvisa, a qual respeitamos e que representa legalmente a autoridade no assunto", completou Pazuello.

Ele ressaltou que serão vacinados aqueles que assim desejarem. Bolsonaro defende a não obrigatoriedade do programa de imunização. "Vale ressaltar que qualquer vacina aprovada e certificada pela Anvisa, será comprada pelo Governo Federal e distribuída para toda a população que desejar ser vacinada". Bolsonaro, porém, já afirmou que não iria comprar a "vacina chinesa do João Doria", uma referência à Coronavac, em desenvolvimento em parceria pelo Instituto Butantan, de São Paulo.

Segundo Pazuello, qualquer vacina precisará comprovar a eficácia e segurança, com o registro da Anvisa. "Qualquer descumprimento aos procedimentos estabelecidos pode colocar em risco a saúde da população", disse.

O ministro disse ainda durante o anúncio que o Brasil possui atualmente mais de 300 milhões de doses de vacinas garantidas por meio dos acordos internacionais e nacionais. "São 142,9 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 que estão sendo produzidas", disse. Segundo ele, pela Fiocruz/AstraZeneca são 100,4 milhões de doses no primeiro semestre e mais 160 milhões no segundo semestre. Já a Covax Facility são 42,5 milhões de doses.

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