O novo coronavírus causou o cancelamento da temporada de abril da São Paulo Fashion Week (SPFW), mas os trabalhos que vêm sendo apresentados nesta semana no formato chamado de fashion filme provam que a pandemia não imobilizou o mercado da moda. Sem a possibilidade de encher salas de desfiles e colocar modelos para cruzar passarelas, os estilistas encontraram na dança um caminho para dar movimento às roupas e ao setor.
A coreografia de Bia Marques transformou os biquínis, maiôs e peças fluidas da grife Lenny Niemeyer em pura poesia. "Por baixo de cada peça de roupa existe um corpo com infinitas possibilidades de expressão", disse a coreógrafa que coordenou as modelos do projeto divulgado na quarta-feira, 4.
Já Luisa Arraes e Caio Blat, que dirigiram a apresentação da marca Isabela Capeto, preferiram convidar bailarinos para executar a sequência rítmica assinada por Amália Lima. "A alegria e a exuberância da Isabela estão ali", afirmou Luisa. Aliás, a estilista participa de fato das imagens e entra na roda de dança que começa em seu apartamento, no Rio de Janeiro, e vai terminar no Aterro do Flamengo. "Eu estava com medo, porque eu nunca tinha feito um filme. Mas a vida mudou, não adianta eu querer fazer um desfile como se fosse em uma passarela", explicou Isabela.
A movimentação dinâmica chama atenção. No entanto, a obra foi inspirada na rotina de Capeto na quarentena e nas peças desenhadas. "Criamos uma historinha para as roupas", disse Caio. "É um limite muito tênue, porque é um vídeo publicitário. Ao mesmo tempo é um vídeo de arte, de moda", concluiu.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>