Uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus está comprometendo esperanças de que a economia da zona do euro tenha uma rápida recuperação, após sofrer a recessão mais grave da história no primeiro semestre do ano, segundo a União Europeia (UE).
Em relatório publicado nesta quinta-feira, 5, a Comissão Europeia previu que o Produto Interno Bruto (PIB) dos 19 países que formam a zona do euro sofrerá queda de 7,8% em 2020, menor do que a queda de 8,7% estimada em julho. Para 2021, no entanto, a projeção de avanço do PIB do bloco diminuiu de 6,1% para 4,2%. Já para 2022, a estimativa é de alta de 3%.
"Após uma retomada bastante forte no verão, a recuperação da Europa foi interrompida pelo ressurgimento de casos de covid-19", disse Paolo Gentiloni, comissário para economia da UE.
As previsões da comissão, que é o braço executivo da UE, vêm após dados da semana passada mostrarem que a economia da zona do euro cresceu em ritmo recorde no terceiro trimestre. No entanto, a recuperação já está perdendo força com o aumento de casos de infecção por covid-19 e novas medidas de confinamento em vários países europeus. Economistas preveem que o PIB da zona do euro voltará a encolher no último trimestre de 2020.
Embora todas as economias devam se contrair este ano, as projeções desta quinta-feira mostram que o impacto da pandemia teve intensidades bem diferentes pela região. Os PIBs de Espanha, França e Itália deverão todos sofrer tombos de mais de 9% em 2020, aponta o relatório. Já para a Alemanha, a estimativa é de retração menor, de 5,6%.
No documento, a comissão também reiterou previsão de que a inflação ao consumidor da zona do euro ficará em 0,3% este ano, antes de acelerar para 1,1% em 2021. Para 2022, a previsão é de taxa de 1,3%. O Banco Central Europeu (BCE) tem como meta uma taxa de inflação ligeiramente inferior a 2%. (Com informações da Dow Jones Newswires).