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‘Não dá para dizer que não tem estratégia para o hidrogênio’, diz secretário

A publicação de um plano para o desenvolvimento do hidrogênio de baixo carbono nos próximos anos deixa para trás a ideia de que o Brasil não tem uma estratégia para o setor e de que o governo não está empenhado em entregar resultados concretos. Essa é a avaliação do secretário de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Thiago Barral. Em entrevista ao <i>Estadão/Broadcast</i>, ele defendeu que é necessário ter instrumentos para implementar as metas e para fomentar o mercado em grande escala.

As ações e metas para os próximos anos estão previstas no Plano Trienal de Trabalho 2023-2025 do Programa Nacional do Hidrogênio, divulgado no fim de agosto pelo ministério. A minuta do documento foi alvo de críticas do setor privado. Os agentes defendiam que era necessário ter uma estratégia clara. A avaliação também é de que o Brasil precisa acelerar a implementação de um plano estratégico, sob risco de ficar defasado nessa disputa global.

Segundo Barral, com a publicação do documento deve haver agora maior engajamento da iniciativa privada. "Precisamos, por exemplo, do setor privado para mapear onde é que temos de priorizar a entrada do hidrogênio na economia brasileira, em quais segmentos. Precisamos desse engajamento para trazer de maneira mais efetiva as estratégias empresariais", afirmou. "Sempre podemos aprimorar, mas não dá mais para dizer que o Brasil não tem uma estratégia para o hidrogênio de baixa emissão."

<b>METAS.</b> O plano traça algumas metas para os próximos anos. Até 2025, o governo espera disseminar plantas-pilotos no País. Essa etapa, segundo Barral, não pode ser deixada de lado, uma vez que é vista como fundamental para o sucesso do plano e para construir uma base para consolidar o Brasil como um dos países mais competitivos na produção de hidrogênio de baixo carbono até 2030. Em um horizonte mais a longo prazo, a intenção é consolidar, até 2035, hubs de produção.

"A visão de longo prazo é de que esse hidrogênio seja um insumo fundamental para o desenvolvimento do mercado doméstico da economia de baixo carbono, mas isso não exclui a possibilidade de exportação", disse ele. "A exportação é uma das oportunidades que surgem a partir do momento que o Brasil tem essa competitividade."

O governo ainda discute uma proposta legislativa para fomentar o desenvolvimento da produção de hidrogênio de baixo carbono no Brasil. Barral explicou que o envio de um projeto de lei ao Congresso deve levar cerca de dois meses.

Para o setor privado, o combustível vai se tornar uma commodity nos próximos 10 anos, o que coloca o Brasil no centro das atenções globais por conta de sua matriz elétrica 85% limpa – condição para a produção do novo combustível. Mas levantamento divulgado em junho pela consultoria A&M Infra mostrou que, dos 359 projetos já anunciados no mundo, apenas um está no País, em Suape (PE).

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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