Apenas 11 municípios ainda detinham quase um quarto (24,4%) da economia brasileira em 2021, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os maiores geradores de riqueza naquele ano foram: São Paulo (com uma fatia de 9,2% do PIB brasileiro), Rio de Janeiro (4,0%), Brasília (3,2%), Belo Horizonte (1,2%), Manaus (1,1%), Curitiba (1,1%), Osasco/SP (1,0%), Maricá/RJ (1,0%), Porto Alegre (0,9%), Guarulhos/SP (0,9%) e Fortaleza/CE (0,8%).
“Os resultados do PIB dos Municípios mostram que municípios das capitais e demais agregações municipais de maior participação no PIB brasileiro, por concentrarem as atividades de serviços presenciais, foram os mais afetados pelas medidas restritivas de isolamento decorrentes da pandemia de covid-19, ao longo de 2020, apresentando queda nominal (na atividade econômica), entre 2019 e 2020. Estes grupos de municípios, entre 2020 e 2021, tiveram aumento nominal (no PIB); porém, em termos de participação não conseguiram retomar ao patamar de 2019, apesar da recuperação econômica verificada no âmbito nacional e regional, alavancada pelos serviços. Portanto, a tendência de desconcentração econômica municipal identificada ao longo da série histórica e intensificada em 2020, foi mantida”, ressaltou o IBGE.
Um terço do PIB concentrado em 25 municípios
Em 2021, quando somados os 25 municípios brasileiros mais ricos chegava-se a 33,0% do PIB brasileiro. Se considerados os 87 municípios mais ricos, chegava-se à metade (50%) do PIB nacional, mas somente 36,7% da população residente do País. Os 100 municípios mais ricos somavam 52,2% do PIB do Brasil em 2021.
Por outro lado, os 1.306 municípios com as menores economias detiveram cerca de 1% do PIB nacional, mas respondiam por 3,1% da população brasileira.
Há pouco mais de duas décadas, em 2002, apenas quatro municípios somados já representavam cerca um quarto do PIB nacional: São Paulo perdeu 3,5 pontos porcentuais de participação entre 2002 e 2021; Rio de Janeiro perdeu 2,3 pontos porcentuais; Brasília, -0,4 ponto porcentual; e Belo Horizonte, -0,4 ponto porcentual.
Em relação ao ano anterior, ou seja, na passagem de 2020 para 2021, as cinco maiores quedas de participação foram registradas por São Paulo, – 0,6 ponto porcentual; Rio de Janeiro, -0,4 ponto porcentual; Brasília, -0,3 ponto porcentual; Belo Horizonte, -0,1 ponto porcentual; e Porto Alegre, -0,1 ponto porcentual. O município de Maricá/RJ contabilizou o maior ganho de participação no PIB em 2021, alta de 0,5 ponto porcentual; seguido por Saquarema/RJ, 0,3 ponto porcentual; Niterói/RJ, com 0,2 ponto porcentual; São Sebastião/SP, 0,1 ponto porcentual; e Campos dos Goytacazes/RJ, 0,1 ponto porcentual.
Os cinco maiores avanços de participação no PIB são explicados pelo setor de extração de petróleo e gás.
“A indústria extrativa explica muito do ganho de participação no PIB dos municípios com expansão”, contou Luiz Antonio de Sá, técnico do IBGE.
Já as cinco maiores perdas estiveram atreladas aos serviços, incluindo atividades financeiras, administração pública e atividades profissionais científicas e técnicas.
Capitais têm menor participação no PIB
O IBGE lembrou ainda que 15 capitais figuraram entre as maiores perdas de participação no PIB nacional, incluindo as cinco primeiras posições. As capitais registraram em 2021 a menor participação no PIB desde o início da série histórica. Em 2002, as capitais respondiam por 36,1% do PIB, descendo a 29,7% em 2020, diminuindo ainda mais em 2021, a 27,6%.
O IBGE ressaltou que houve também manutenção da tendência de redução relativa da importância econômica dos grandes centros urbanos no PIB de 2021. Em 2020, as duas maiores Concentrações Urbanas do País, Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP, somaram 23,6% do PIB nacional, mas essa participação desceu a 23,2% em 2021. A concentração urbana de São Paulo/SP saiu de uma fatia de 16,2% em 2020 para 15,4% do PIB brasileiro em 2021, queda de 0,8 ponto porcentual. O Rio de Janeiro/RJ, por outro lado, aumentou sua participação de 7,4% para 7,8% do PIB brasileiro, alta de 0,4 ponto porcentual.
“Ademais, é possível verificar que o agregado das 10 maiores Concentrações Urbanas brasileiras apresentou também redução em sua participação relativa na economia nacional. Em 2020, essas Concentrações Urbanas somaram 40,5% do PIB e, em 2021, essa participação caiu para 39,5% (redução de 1,0 ponto porcentual)”, apontou o IBGE.
Das 185 concentrações urbanas existentes no Brasil, 132 perderam participação no PIB nacional entre 2020 e 2021, enquanto 53 aumentaram.