Em todo o Brasil, aumentou em outubro a proporção de pessoas que não tomaram precaução contra a disseminação do novo coronavírus, enquanto diminuiu a parcela da população em isolamento social, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os 211,5 milhões de habitantes, 9,7 milhões não fizeram nenhuma medida de restrição em outubro, o equivalente a 4,6% da população. Em setembro, essa fatia correspondia a 3% dos habitantes do País.
Outros 93,8 milhões reduziram o contato com outras pessoas, mas continuaram saindo de casa, o que aumentou a fatia da população nessa condição de 39,8% em setembro para 44,3% em outubro.
Cerca de 80,7 milhões, 38,2% dos brasileiros, ficaram em casa e só saíram por necessidade básica em outubro, ante uma fatia maior em setembro, quando havia 40,3% das pessoas se protegendo desta forma.
Os rigorosamente isolados somaram 26,3 milhões de pessoas, 12,4% em outubro, ante uma fatia de 16,3% em setembro.
A região Norte (8,1%) apresentou o maior porcentual de pessoas que não fizeram restrições, enquanto o Nordeste teve a maior proporção de rigorosamente isolados (14,7%).
<b>Testes</b>
Até outubro, 25,7 milhões de pessoas fizeram algum teste para saber se estavam infectadas pelo coronavírus, o que equivale a 12,1% da população. Entre essas pessoas, 22,4%, ou 5,7 milhões, testaram positivo.
Quanto maior o nível de escolaridade, maior foi o porcentual de pessoas testadas: entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto, 6,6% foram submetidas a algum teste, enquanto que entre quem tinha ensino superior completo ou pós-graduação esse porcentual subia a 25,0%.
Considerando o tipo do teste, 10,7 milhões de pessoas fizeram o SWAB e 26,7% testaram positivo; 11,4 milhões fizeram o teste rápido com coleta de sangue através do furo no dedo, sendo que 17,3% testaram positivo; e 7,4 milhões fizeram o teste de coleta de sangue através da veia no braço, e 25,2% deles tiveram a infecção por covid-19 confirmada.
<b>Doenças crônicas</b>
Em outubro, havia 47,4 milhões de pessoas com alguma das doenças crônicas pesquisadas, o que correspondia a 22,4% da população. A hipertensão foi a mais citada (13,3%), seguida por asma ou bronquite ou enfisema (5,4%), diabetes (5,3%), depressão (2,9%), doenças do coração (2,6%) e câncer (1,0%).
Entre as pessoas com alguma das doenças crônicas, 3,5% testaram positivo para a covid-19.
<b>Sintoma de síndrome gripal</b>
Em outubro, 7,8 milhões de pessoas, 3,7% da população, apresentaram algum dos sintomas pesquisados de síndromes gripais, dando sequência à redução gradual ao longo dos meses. Em maio, início da pesquisa, 11,4% da população relataram algum sintoma.
<b>Atividades escolares</b>
O IBGE informou ainda que, no mês de outubro, 46,4 milhões de pessoas de 6 a 29 anos de idade frequentavam escola ou universidade, o que representava 60,1% da população nessa faixa etária.
O contingente de pessoas que frequentavam escola, mas não tiveram atividades escolares foi de 6,1 milhões, e o de pessoas que tiveram atividades foi de 39,3 milhões.
No Norte, 29,3% das crianças, adolescentes e jovens que frequentavam escola estavam sem acesso às atividades escolares. No Sul, Centro-Oeste e Sudeste estes percentuais eram bem menores, 5,1%, 7,4% e 9,2%, respectivamente.
Entre as crianças e jovens de domicílios com rendimento per capita de até meio salário mínimo, 17,9% não tiveram atividades escolares, enquanto que esse porcentual descia a 5,8% nos domicílios com rendimento domiciliar per capita de quatro ou mais salários mínimos.