Até o final de dezembro de 2011, devem ser injetados na economia de Guarulhos cerca de R$ 732,8 milhões em razão do pagamento do 13º salário. A estimativa é da Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.
De acordo com o estudo, o montante inclui todos os trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos e beneficiários da Previdência Social, somando cerca de 386,1 mil profissionais. Deste número, 34% referem-se aos trabalhadores no emprego formal e na indústria de transformação; 20% no comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos; 15% no transporte, armazenagem e comunicação; 8% em atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados as empresas; 7% na administração pública, defesa e seguridade social; e 3% na construção civil.
No Brasil, o 13º salário deve injetar cerca de R$ 118 bilhões na economia, sendo aproximadamente 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Em relação a 2010, quando o abono de Natal aportou cerca de R$ 102 bilhões na economia, o valor estimado indica crescimento de 16%.
Segundo o Dieese, o número de pessoas que receberá o 13º salário em 2011 é cerca de 5,4% superior ao observado em 2010. Estima-se que 4 milhões de pessoas passarão a receber o benefício, por terem requerido aposentadoria ou pensão, por terem se incorporado ao mercado de trabalho ou ainda por formalização do vínculo empregatício.
Trabalhador deve pagar dívidas com o benefício
O benefício deve ser utilizado para quitar as dívidas de cerca de 60% dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Para o economista, Antonio de Azambuja Neto, essa deve ser a prioridade para os trabalhadores. "Quitar as dívidas deve estar em primeiro plano quando o 13º salário chegar. Além disso, deve-se pensar principalmente nos cartões de créditos, cheques especiais e colocar as demais contas atrasadas em dia", afirmou Neto.
Atualmente são, aproximadamente, 70% dos consumidores com dívidas contraídas no cheque especial e no cartão de crédito, elevação de 5,71% em relação a 2010. O cartão de crédito corresponde a 39% do total de dívida em aberto do brasileiro em 2011, enquanto o cheque especial corresponde a 37%.
"Os consumidores precisam ficar atentos, porque os juros dos cartões e do cheque especial são altíssimos", ressalta Neto que explica que a segunda parcela do benefício deve ser poupada para o início do próximo ano. "A última parcela deve ser utilizada para cobrir eventuais gastos das festividades de final de ano e para compromissos como IPVA, IPTU, despesas escolares, entre outras".