Comemorando meio século de carreira, o fotógrafo cubano José Alberto Figueroa, aos 71 anos, abre nesta terça-feira, 9, na Caixa Cultural, sua primeira exposição no Brasil, Um Autorretrato Cubano. A retrospectiva, com 69 fotos, reúne tanto imagens atuais de Havana como as registradas nos anos 1960, quando Figueroa era assistente de Alberto Korda (1928-2011), fotógrafo que assinou a histórica imagem do guerrilheiro argentino Che Guevara (1928-1967) reproduzida em milhões de camisetas. Aliás, um das fotos da mostra destaca em primeiro plano a mesma imagem do revolucionário impressa num isqueiro norte-americano, que Figueroa ganhou de presente do próprio Korda.
Ele teve o isqueiro confiscado numa viagem aos EUA, conta. Sua família se exilou em Miami – ele foi o único a ficar em Havana, em 1964, pois estava servindo o Exército. A história do isqueiro aconteceu muitos anos depois. Figueroa foi convidado a participar de uma exposição em Nova York, em 2011, que, por fatídica coincidência, abriu um dia antes da queda das torres gêmeas. O fotógrafo cubano registrou, então, a metrópole vazia. Mas perdeu o isqueiro.
Segundo a filha Cristina Figueroa, curadora da exposição, o pai sempre está no epicentro dos acontecimentos históricos. Não por escolha. Foi assim no caso das torres gêmeas de Nova York, assim como na derrocada da Alemanha Oriental com a queda do muro de Berlim. Durante a guerra de Angola, estava no país como correspondente e acabou registrando o cotidiano dos cubanos enviados ao país africano.
A exposição traz essas imagens e muito mais. Dividida em quatro seções, elas mostram o outro lado da Revolução, nos anos 1960, o colapso do Leste Europeu comunista, as imagens dos ícones nacionais de Cuba e a transformação do país após os EUA reatarem os laços diplomáticos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.