Após mais de dois meses fechado para evitar a propagação do novo coronavírus, o comércio de rua na cidade de São Paulo voltou a ter o funcionamento liberado nesta quarta-feira, 10. O movimento foi intenso na rua 25 de março, um dos principais centros de comércio popular da cidade. A grande maioria das lojas observou as principais medidas de higiene acordadas entre a Prefeitura e entidades do setor, como o uso obrigatório de máscaras para clientes e colaboradores, além do fornecimento de álcool em gel na porta dos estabelecimentos.
Algumas regras, no entanto, mudaram a dinâmica de atendimento. Com a limitação da capacidade de atendimento das lojas a 20% do público e medição de temperatura na entrada, longas filas se formaram na entrada. Embora os clientes respeitassem o distanciamento de um metro, pequenas aglomerações se formaram em vários estabelecimentos. "Existem mais pessoas na fila, na entrada da loja, do que dentro do estabelecimento", diz o dono de loja Guilherme Ambar, que atendia apenas cinco pessoas por vez.
As lojas deverão respeitar o limite de funcionamento máximo de quatro horas por dia e se comprometeram a abrir das 11h às 15h. Por causa desse horário, a dona de casa Maria Aparecida Tomazzi decidiu fazer compras logo pela manhã. Ela foi comprar lãs para produzir agasalhos para doação. "Não fiquei nem cinco minutos. Estou me prevenindo, mas meu estoque acabou", diz a moradora da Vila Maria.
A reabertura das lojas de rua a partir desta quarta-feira, antevéspera do Dia dos Namorados, data comemorativa importante para o varejo, foi vista pelos empresários como um pontapé inicial para retomada do comércio. "É como se estivéssemos abrindo uma loja nova", diz Ondamar Pereira, gerente da Armarinhos Fernando, a mais movimentada da rua 25 de março na manhã do primeiro dia de retomada.
O protocolo firmado entre as lojas e o governo municipal prevê doze grupos de medidas na retomada: distanciamento social, higiene, sanitização de ambientes, orientação de clientes, orientação aos colaboradores, compromisso para testagem de colaboradores, compromisso para testagem de clientes, horários alternativos, redução de expediente, atendimento agendado, fiscalização do setor e apoio para colaboradoras afetadas pelo fechamento de creches e escolas.