A estética dos filmes de ação é facilmente reconhecível: edição rápida, com cortes ágeis de uma cena para a outra; música alta, geralmente um "heavy metal" norte-americano acompanhando as imagens; velocidades variáveis de câmera, com uma ação que enche a tela e, em seguida, é passada lentamente (como em "300" ou "Watchmen", para dar um exemplo claro). Depois de "Tropa de Elite", vale acrescentar alguns palavrões à mistura, acompanhados de críticas à corrupção e à criminalidade. Pois é justamente essa mistura, com muitas outras influências que aparece em "2 Coelhos".
No enredo, Edgar (Fernando Alves Pinto de "Nosso Lar") passa por um trauma sentimental que o faz rever sua situação. Num ataque de fúria em relação à criminalidade que o cerca e aos políticos corruptos que não fazem nada para melhorar a situação, ele coloca em prática um plano que fará ambas as "facções" baterem de frente. Em outras palavras, ele pretende matar dois coelhos com uma cajadada – ou caixa dágua? – só. Em seu primeiro longa metragem, o diretor Afonso Poyart afirmou que queria criar algo inédito no cinema brasileiro. Ao que tudo indica, ele foi bem sucedido. As primeiras cenas lembram, além dos filmes citados, trechos de videogames como "Counter Strike" ou "GTA" e até mesmo cenas de "O Vingador do Futuro" e "Velozes e Furiosos", com balas transformando cabeças em uma explosão de cubos e câmeras seguindo o caminho dos tiros. Alessandra Negrini (de "Os Desafinados") e Caco Ciocler (de "Bicho de Sete Cabeças") completam o elenco.
2 Coelhos – Brasil, 2011. Ação. Direção de Afonso Poyart. Com Alessandra Negrini, Caco Ciocler, Aldine Muller, Fernando Alves Pinto, Marat Descartes, Afonso Poyart, Thaíde, Thogun, Neco Villa Lobos, Roberto Marchese, Eduardo Moscovis. Distribuição Imagem Filmes.
