O ano de 2011 mal começou e os olhares políticos já se voltam para 2012, que chega daqui a 362 dias. A explicação é simples. Em outubro do próximo ano, os guarulhenses voltarão às urnas para escolher o novo prefeito da cidade, além dos vereadores que ocuparão as 34 cadeiras da Câmara Municipal nos quatro anos seguintes. Então, para todos os interessados, é tempo de se organizar a fim de chegar no período de campanha aptos para concorrer com chances aos cargos pretendidos. Os atuais vereadores guarulhenses precisarão suar a camisa para demonstrar a seus eleitores que merecem ser reeleitos. Afinal, nestes dois primeiros anos de mandato, até aqui, a produtividade da Casa, a exemplo de anos anteriores, não foi das melhores. Poucos projetos de grande importância para a população foram votados. As poucas conquistas do povo se deram a partir de extensas negociações políticas que, invariavelmente, seguiram a orientação do poder Executivo. Tanto que o novo Sistema de Transporte Público, que começa a ser implantado com a tardia adoção do Bilhete Único, apresenta uma série de falhas e contradições, que foram parar na Justiça. Em termos de fiscalização ao Executivo, a Câmara também ficou devendo até aqui. Nas poucas oportunidades que tiveram de exercer o dever de investigar o prefeito Sebastião Almeida (PT), os parlamentares se omitiram. No final do ano, por unanimidade elegeram como presidente da Casa, Eduardo Soltur (PV), um empresário que manteve – nos últimos dois anos – contratos de R$ 12,5 milhões de prestação de serviços à Prefeitura. Ou seja, totalmente a serviço dos interesses do Executivo. Já na corrida pela Prefeitura, Almeida tem tudo para buscar sua reeleição, primeiro passando pelo crivo interno do partido que pode ter, até certo ponto, um confronto com a deputa federal reeleita Janete Pietá. Circula nos bastidores políticos que ela não abrirá mão de buscar essa indicação entre seus companheiros. Mesmo assim, ao passar, o atual prefeito ainda precisará se consolidar no cargo, o que pode acontecer justamente ao longo de 2011. O Bilhete Único, principal bandeira dele na campanha de 2008, só começa a valer mesmo a partir da próxima semana. Ou seja, somente agora, a população poderá sentir no bolso os efeitos desta medida, que ainda empaca em algumas ações que tramitam na Justiça, em favor de perueiros que acabaram excluídos do sistema. Fora isso, ele espera acelarar o ritmo de inaugurações de obras federais na cidade, principalmente oriundas do Programa de Aceleralção do Crescimento, tímidas até o momento. De outra parte, Almeida deverá enfrentar mais uma vez como principal oponente Carlos Roberto (PSDB), que conquistou a quinta suplência de seu partido para a Câmara Federal e tem chances reais de assumir no próximo mês de fevereiro, já que seis deputados eleitos ou suplentes, à sua frente, estão ocupando secretarias do Governo de São Paulo e da prefeitura paulistana. Fora a excelente votação que teve no ano passado, empossado no Congresso, ele se consolida de vez como o grande nome da oposição em 2012.