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3 milhões de jovens de 13 a 17 anos estão acima do peso, mostra pesquisa do IBGE

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita em 2015 com alunos de 13 a 17 anos, do 5º ano fundamental até o 3º ano do ensino médio, revela que 7,8% dos jovens eram obesos. O problema atinge 1 milhão de adolescentes. Entre os alunos do sexo masculino, 8,3% eram obesos e do sexo feminino, 7,3%. Tinham excesso de peso 23,7% dos entrevistados (incluindo os obesos) – ou 3,1 milhões de jovens.

O maior índice de obesidade foi registrado na Região Sul, onde 10,2% dos jovens estão nessa categoria. No Sul, 28,2% dos jovens apresentaram excesso de peso.

Estavam abaixo do peso, o que indica desnutrição, 3,1% dos jovens, ou 409 mil estudantes. As maiores proporções de alunos com baixo peso foram registradas no Norte e Nordeste, com 3,7%.

A pesquisa foi feita com 16.608 alunos de 13 a 17 anos em todo País, de um total de 13,2 milhões de estudantes nessa faixa etária. Além de responderem a uma série de perguntas, os alunos foram medidos e pesados pelos técnicos do IBGE. Os questionários foram aplicados entre abril e setembro de 2015, mesmo período do levantamento feito apenas com alunos do 9º ano, para a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense). A pesquisa com alunos de 13 a 17 anos não permite comparação com anos anteriores.

O levantamento feito com alunos do 9º ano do ensino fundamental revela que a maior parte dos jovens diz estar contente com o próprio corpo, mas aponta que as meninas têm mais preocupação e insatisfação com a aparência. Uma em cada cinco alunas (21,8%) disseram se achar gordas ou muito gordas. Os maiores porcentuais estão na Região Sul. No Rio Grande do Sul, 29% das meninas disseram se acharem gordas ou muito gordas. No Paraná, foram 26,7%. Em Santa Catarina, 26,3% e em São Paulo, 25,3%.

“A inadequação entre o ideal de um corpo magro, amplamente aceito na sociedade, e a forma pela qual o próximo corpo é percebido pelos adolescentes leva-os à realização de atitudes extremas e prejudiciais à saúde para perder o manter o peso”, diz o estudo. A indução de vômito ou o uso de laxantes foi recurso usado por 7% dos jovens (184,1 mil alunos), nos 30 dias anteriores à pesquisa, na tentativa de emagrecer.

A incidência de excesso e falta de peso é medida pelo Índice de Massa Corporal (IMC), obtido pela divisão do peso em quilos pela altura, em metro, ao quadrado. O resultado inferior a 18,5 aponta peso insuficiente. Entre 18,5 e 24,9 indica peso saudável. Entre 25 e 29,9 aponta excesso de peso. É considerada obesa a pessoa com IMC de 30 ou mais. No caso de crianças e adolescentes, o índice que indica normalidade ou não do peso é o escore-z do IMC e leva em conta a posição do IMC entre crianças da mesma idade e do mesmo sexo.

Alimentação

Os jovens que estão no 9º ano do ensino fundamental comem mais guloseimas (doces, balas, chocolates, chicletes, bombons e pirulitos) que legumes e ingerem quase tanto alimentos ultraprocessados (hambúrguer, presunto, linguiça, salgadinho de pacote, biscoitos salgados, entre outros) quanto frutas. A boa notícia é que o feijão é o alimento mais consumido: 60,7% dos entrevistados comem feijão pelo menos cinco dias na semana. Legumes são consumidos por 37,7%, na mesma frequência, e frutas, por 32,7%. Já as guloseimas atraem 41,6% de jovens. Os ultraprocessados são ingeridos com frequência por 31,3%.

Outro mau hábito alimentar é frequente entre os entrevistados: quase seis em cada dez (57,9%) comem enquanto assistem à televisão ou estudam.

Escolas

Um dos principais caminhos para a vida saudável, a prática de esportes é disseminada nas escolas da maior parte dos alunos do último ano do ensino fundamental, embora as condições não sejam ideais. Sete em cada dez alunos (72,8%) frequentam escolas com quadras esportivas e 92% têm acesso a materiais esportivos em condições de uso.

A diferença entre a rede pública e privada, nestes casos, é evidente. Estudam em escolas com quadra esportiva 69,2% dos alunos da rede pública e 94,1% da rede privada. A diferença é ainda mais profunda na comparação entre os que estudam em escolas com vestiários: apenas 22,2% da rede pública e 67,5% da rede privada.

No quesito higiene, a desigualdade também é grave: apenas 55% dos alunos do 9º ano, na rede pública, estudam em escolas que têm lavatórios com pia, água e sabão. Entre os estudantes das escolas particulares, a proporção sobe para 96,8%. “A ausência de condições para limpeza correta das mãos pode ser responsável pela disseminação de diversas doenças que comprometem a frequência à escola e o aprendizado das crianças, como verminoses, diarreia e doenças respiratórias”, alerta o estudo do IBGE.

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