Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) indicou que 44,7% dos hospitais privados no Estado de São Paulo detectaram aumento das internações de pacientes com a covid-19 nos últimos 15 dias. O porcentual de unidades que registraram alta de diagnósticos é semelhante (46%).
A pesquisa foi realizada com 383 hospitais privados não filantrópicos das 17 regiões administrativas do Estado de São Paulo – 76 hospitais responderam ao questionário. Essas unidades somam 7.516 leitos. Segundo Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, o número revela tendência de aumento de internações e infecções, mas há diferenças regionais no Estado.
Os dados corroboram informações já apresentadas pelo governo estadual que indicavam aumento de 18% das internações pela covid-19. Por causa desse crescimento, o Estado suspendeu avanços no plano de reabertura econômica previstos para o dia 16 de novembro. Novas flexibilizações só poderão ocorrer a partir do dia 30.
Nesta quinta-feira, o governo de São Paulo determinou em decreto que os hospitais, públicos e privados, não poderão desmobilizar seus leitos voltados para o atendimento de pacientes com coronavírus. Outra medida é a de evitar agendar cirurgias eletivas para não ocupar leitos em um momento de "recrudescimento" da pandemia no Estado.
Balestrin destaca que a maior parte dos hospitais está preparada para uma segunda onda da doença e que as unidades criaram fluxos distintos de atendimento, para pacientes com a doença e aqueles que chegam com outras condições de saúde. Para o médico, não faria sentido proibir o agendamento de cirurgias eletivas.
"Tem um número grande locais em que ainda não aumentou o número de casos. No começo, todo mundo proibiu procedimentos cirúrgicos eletivos, mas fizemos mal para a saúde. O paciente cardiológico, neurológico, oncológico deixou de fazer seus segmentos nos hospitais porque ficou preocupado. Muitas vezes pioraram sua situação."
Segundo o médico, leitos para a covid-19 já estão sendo mantidos nos hospitais privados, independentemente de decreto do governo estadual. "É claro que todas as instituições ao ver que estão tendo pressão de pacientes de covid vão atender a essa urgência sanitária", diz Balestrin. "A melhor recomendação ainda é evitar o espalhamento da covid, com todas as ações de distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos."