Mesmo com a desaceleração no ritmo de aumento dos preços dos alimentos na passagem de julho para agosto, cinco dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tiveram taxas de variação maiores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os destaques foram Educação (de 0,04% em julho para 0,99% em agosto) e Despesas Pessoais (de 0,70% para 0,96%). O grupo Educação refletiu os reajustes de mensalidades no segundo semestre do ano letivo. Os cursos regulares tiveram aumento de 0,95%, enquanto os cursos diversos (informática, idioma, etc.) subiram 1,14%. No caso de Despesas Pessoais, houve impacto da alta de 11,58% na diária de hotel, sob influência da realização da Olimpíada no Rio de Janeiro.
Os demais aumentos foram registrados em Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,61% para 0,80%), Vestuário (de -0,38% para 0,15%) e Habitação (de -0,29% para 0,30%).
Na direção oposta estiveram Alimentação e Bebidas (de 1,32% em julho para 0,30% em agosto), Artigos de Residência (de 0,53% para 0,36%), Transportes (de 0,40% para 0,27%) e Comunicação (de 0,02% para -0,02%).
A desaceleração do grupo Transportes foi causada, principalmente, pela queda de 3,85% nas passagens aéreas. Os preços das tarifas aéreas recuaram em 10 das 13 regiões pesquisadas, e as três exceções foram Rio de Janeiro (7,50%), Belo Horizonte (6,15%) e Brasília (3,11%).
Serviços
A alta de 11,58% nas diárias dos hotéis foi um dos principais responsáveis pela taxa de 0,59% registrada pela inflação de Serviços em agosto, dentro do IPCA.
No entanto, o resultado ainda foi ligeiramente menor do que o registrado em julho, de 0,62%, sob influência da queda de 3,85% nas passagens aéreas e pela alta menor na alimentação fora de casa, que subiu 0,18%.
A inflação de serviços acumulada em 12 meses voltou a acelerar pelo segundo mês consecutivo, saindo de 7,11% em julho para 7,40% em agosto.
Monitorados
A inflação de bens e serviços monitorados voltou a acelerar em agosto, dentro do IPCA. A alta foi de 0,26%, após o recuo de 0,10% registrado em julho.
“O aumento em monitorados foi espalhado. Não teve a mesma queda de energia elétrica do mês passado e teve alta maior dos remédios”, apontou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
A tarifa de energia elétrica diminuiu 0,13% em agosto, após uma queda de 3,04% em julho. Os produtos farmacêuticos subiram 0,63%, após elevação de 0,23% em julho.
A inflação de monitorados acumulada em 12 meses teve desaceleração, saindo de 8,55% em julho para 8,48% em agosto.