Estadão

5ª previsão da safra 23/24 da Conab indica produção abaixo de 300 milhões de t e queda de 6,3%

A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 deve atingir 299,8 milhões de toneladas, o que corresponde a uma diminuição de 6,3% (20,1 milhões de t a menos) em comparação com a temporada anterior (319,81 milhões de t). Os números fazem parte do 5º Levantamento da Safra de Grãos, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 8. Quando comparada com a primeira estimativa desta safra feita pela Conab, a atual projeção apresenta uma diminuição de 17,7 milhões de toneladas. Em relação à previsão de janeiro, houve uma baixa de 2,2% (menos 6,62 milhões de t).

Segundo a estatal, o comportamento climático nas principais regiões produtoras, sobretudo para soja e milho primeira safra, vem prejudicando negativamente as lavouras, desde o plantio. O atraso no plantio da soja possivelmente causará impacto no plantio da segunda safra de milho, que é cultivado na sequência.

A produção de soja estimada é de 149,4 milhões de toneladas, o que representa queda de 3,4% se comparado com o volume obtido no ciclo 2022/23. Já se for considerada a expectativa inicial desta temporada, a quebra chega a 7,8%, uma vez que a Conab estimava uma safra de 162 milhões de toneladas.

"O atraso do início das chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, seguido por chuvas irregulares e mal distribuídas, com registros de períodos de veranicos superiores a 20 dias, além das altas temperaturas, estão refletindo negativamente no desempenho das lavouras", disse a Conab em comunicado.

Outro importante produto que tem estimativa de menor produção é o milho. A queda na safra total do cereal deve chegar a 18,2 milhões de toneladas (menos 13,8% ante 2022/23), resultando em um volume de 113,7 milhões de toneladas.

"O cultivo de primeira safra do grão, que representa 20,8% da produção total, enfrentou situações adversas como elevadas precipitações no Sul do país e baixas pluviosidades no Centro-Oeste, acompanhadas pelas altas temperaturas, entre outros fatores", explicou a estatal.

A segunda safra de milho está projetada em 88,10 milhões de t, redução de 13,9% ante a safra do ano passado.

Também é esperada uma queda na produção de feijão influenciada pelo clima adverso. "O plantio da primeira safra da leguminosa caminha para a sua conclusão e vem apresentando alterações negativas por causa das precipitações excessivas, atraso de plantio e ressemeaduras".

A semeadura da segunda safra do grão já foi iniciada, especialmente na região Sul, porém o cenário geral é de atraso em virtude da colheita da primeira safra estar atrasada (estimativa de colheita de 879,5 mil t, queda de 8,1%). Mesmo assim, a Conab ainda estima uma safra total (são três safras) de 2,97 milhões de toneladas de feijão no País, redução de 2,1% ante 2022/23 (3,04 milhões de t).

Segundo a Conab, o contexto do El Niño, embora tenha afetado inicialmente a lavoura do arroz, não gerou perdas até o momento nesta safra. A produção está estimada em 10,8 milhões de toneladas, 7,6% acima da produção da safra anterior.

A expectativa é de aumento também para o algodão. A estimativa é que o País estabeleça um novo recorde para a produção da pluma, chegando a 3,3 milhões de toneladas, aumento de 3,3% ante 2022/23 (3,17 milhões de t). O preço da commodity e as perspectivas de comercialização refletiram no aumento de área de plantio, que apresenta crescimento de 12,8% sobre a safra 2022/23.

As primeiras estimativas para as culturas de inverno apontam para uma recuperação na safra de trigo, estimada em 10,2 milhões de toneladas. O plantio do cereal tem início a partir de fevereiro no Centro-Oeste, e ganhará força em meados de abril, no Paraná, e em maio, no Rio Grande do Sul, Estados que representam 82,7% da produção tritícola do País.

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