A produção brasileira de grãos no ciclo 2023/24 está estimada em 297,54 milhões de toneladas, o que corresponde a uma diminuição de 7% (menos 22,27 milhões de t) em comparação com a temporada anterior (319,81 milhões de t). Em comparação com a previsão anterior, houve um aumento de 0,7% (2,10 milhões de t), mostra o 9º levantamento sobre a safra 2023/24, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 13.
Conforme a estatal, "a quebra é resultado das condições climáticas adversas que influenciaram as principais regiões produtoras do país. Já os cultivos de segunda safra, que tiveram a colheita iniciada, têm apresentado melhores produtividades e, ao se comparar a estimativa divulgada hoje com a publicada no mês de maio, é verificado um aumento de 2,1 milhões de toneladas, com destaque para milho, algodão em pluma e feijão".
Principal cultura da 2ª safra, o milho tem uma estimativa de produção de 88,12 milhões de toneladas, queda de 13,9% ante 2022/23 (102,37 milhões de t). A colheita do produto neste ciclo atinge cerca de 7,5% da área semeada, conforme indica o Progresso de Safra divulgado nesta semana pela Companhia. De acordo com o 9º Levantamento, há disparidade das condições climáticas registradas pelo País, mas foi verificado em importantes estados produtores uma melhora na produtividade das lavouras.
Segundo a Conab, enquanto em Mato Grosso do Sul, São Paulo e parte do Paraná, a redução e/ou falta de chuvas durante longos períodos no ciclo do milho 2ª safra provocaram quedas no potencial produtivo, em Mato Grosso, Pará, Tocantins e parte de Goiás, as precipitações bem distribuídas ao longo do desenvolvimento da cultura e a tecnologia usada pelo produtor têm resultado em boas produtividades nos talhões colhidos e boas perspectivas nas áreas ainda em maturação. Com isso, a estimativa para a produção total do grão está em 114,14 milhões de toneladas, baixa de 13,5% ante a temporada anterior (131,89 milhões de t).
O clima também tem favorecido o algodão, cujas lavouras se encontram predominantemente nos estágios de formação de maçãs e maturação. Nesta temporada, a área semeada está estimada em 1,94 milhão de hectares, crescimento de 16,9%, o que influencia na expectativa de incremento de 15,2% na produção da pluma, podendo alcançar 3,66 milhões de toneladas em comparação com 3,17 milhões de t em 2022/23.
Importante para o consumo dos brasileiros, o feijão deverá registrar um incremento de 9,7% na produção total na temporada 2023/2024, cerca de 3,3 milhões de toneladas (3,04 milhões de t em 2022/23). Apenas na segunda safra da leguminosa, a estatal prevê uma alta de 26,3% no volume a ser colhido, impulsionado pelo cultivo do feijão preto e do caupi, que devem registrar uma colheita de 589,4 mil toneladas e 462,8 mil toneladas respectivamente. Para o feijão preto, a alta é influenciada pela melhora de 8,5% na produtividade e, principalmente, pela maior área destinada para o cultivo da cultura, com alta de 63,5% chegando a 331 mil hectares. Já para o caupi o cenário é oposto. Enquanto a área cresce 4,9%, o desempenho das lavouras registra uma melhora de 20,6%. Na terceira safra da leguminosa, cerca de 60% da área é irrigada e o plantio está em andamento.
Para o arroz, outro importante produto para o mercado interno, é esperada uma produção de 10,395 milhões de toneladas, aumento de 3,6% ante a safra anterior (10,032 milhões de t). De acordo com a Conab, de maneira geral, houve aumento na área plantada em comparação ao total semeado na temporada anterior, algo motivado à época da semeadura pela expectativa de bons preços no mercado do cereal. "Porém, o rendimento médio deverá ficar comprometido por conta dos danos às lavouras sul-rio-grandenses", ponderou a estatal.
Com a colheita finalizada, a soja tem uma produção estimada em 147,35 milhões de toneladas, redução de 4,7%, ou 7,26 milhões de toneladas, ante a safra anterior. No atual ciclo, a área semeada para a oleaginosa foi maior, no entanto as condições climáticas adversas causaram impacto negativo na produtividade média no País.
A semeadura das culturas de inverno já teve início e, para o trigo, principal produto, o plantio atinge 46,8% da área. No Paraná, o plantio teve início em abril, no entanto, no Rio Grande do Sul, maior Estado produtor do cereal de inverno, os trabalhos nesta safra estão prejudicados pelas condições climáticas que ainda não são favoráveis, por causa do excesso de umidade que impossibilita o manejo das áreas a serem semeadas. Preliminarmente, a Conab estima a safra de trigo 2024 em 9,065 milhões de t, aumento de 12% ante o ano passado (8,097 milhões de t).