Cidades

“Não faturei nem 10% e tive que dispensar funcionário”, diz dono de ótica do Poli Shopping

Empresários pedem retorno gradual da atividade comercial durante a quarentena

O comerciante Antônio Altino Neto, de 53 anos, dono de uma joalheria e ótica dentro do Shopping Poli, no Centro, foi direto quando questionado pelo GuarulhosWeb a respeito da ampliação da quarentena, decidida pelo governador João Dória na última semana. “Não faturei nem 10% e tive que dispensar funcionário”.

Ele defende um “retorno gradual” às atividades, paralisadas pela pandemia do coronavírus, desde que de maneira organizada. “Se abrir total vai virar bagunça. Mas, tem que voltar, com horários que evitem aglomerações e com uso obrigatório de máscaras e álcool gel nas entradas das lojas”, afirma Altino.

Atualmente, a loja tem oferecido serviços, como conserto de relógios, entregues por meio de motoboys. Fechada para o público, a ótica está em funcionamento interno das 10h às 14h, de segunda-feira a sábado. Apesar de defender o retorno das atividades, o lojista mostra preocupação com o transporte público da cidade em uma possível flexibilização. “Nos ônibus as pessoas estão vulneráveis e é importante evitar aglomeração e locomoção de idosos, sobretudo nos horários de pico”, completa.

O autônomo Carlos Alberto Amaral mostra pensamento parecido ao do concorrente. Dono de uma ótica no calçadão da rua Dom Pedro II, ele reclama da determinação de fechamento do comércio e aponta dificuldade financeira no futuro. “O faturamento caiu totalmente, tendo em vista que a população não entende o atendimento controlado. Ótica faz parte da saúde visual e se um médico quebrar os óculos, o que faz? Sou a favor do isolamento para os grupos de risco, pois a crise financeira vai ser muito forte para todos nós”, aponta Amaral, que tem trabalhado de portas fechadas e não dispensou colaboradores até o momento.

O último balanço divulgado na noite desta segunda-feira, 20/4, mostra que Guarulhos registra 37 mortes em decorrência de Covid-19. O prefeito Guti, todavia, apontou, em transmissão ao vivo realizada nas redes sociais, que a Prefeitura estuda uma flexibilização faseada do comércio, ou seja, por etapas. Apesar de deixar clara sua vontade, ele comenta o assunto com cautela por se tratar de vidas humanas. “Vai depender do comportamento viral no nosso município. Não podemos errar neste momento. Precisamos ser assertivos e responsáveis”, ponderou Guti.

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