O mundo vive um momento delicado. Rotinas domésticas e de trabalho foram alteradas em prol da contenção da pandemia. O universo da Moda foi o primeiro a dar sinais de mudanças de comportamento. Como reinventar-se diante de uma pandemia que hoje nos assola? Como os eventos relacionados a este mercado acontecerão? E os desfiles?
Segundo Suzy Okamoto, coordenadora do curso de Tecnologia em Design de Moda da FAM (Centro Universitário das Américas) a moda seguirá como sempre, como uma bússola do espírito do tempo. Historicamente as Guerras e períodos de recessão mudaram nossos hábitos de consumo e com a pandemia não será diferente. A grande diferença é que hoje o espírito do tempo não fala somente de questões econômicas, mas também de questões ambientais e sociais.
O conceito de sustentabilidade deve definitivamente sair da teoria para uma prática efetiva: consumo reduzido, rastreamento da cadeia produtiva, relações mais afetivas com as roupas que implicam em durabilidade e adequação. Um exemplo é a constante veiculação de imagens de pessoas vestindo uma roupa mais confortável nas mídias sociais.
“Em parte, porque estamos em isolamento social e em outra porque o fetiche de um objeto apenas como aparato mercadológico e de ostentação não faz mais sentido quando vivemos uma distopia só vista anteriormente em filmes de ficção científica. Desafios de sobrevivência estão colocados e dizem respeito às estratégias e responsabilidades que a indústria da moda assumirá diante da crise”, afirma Suzy Okamoto.
A revista Vogue Itália trouxe uma capa branca em abril, muitas marcas importantes como a Gucci já anunciaram que farão somente um desfile por ano e há uma profusão de desfiles virtuais sem modelos e sem passarelas. Há um clima de incerteza, mas quem acolher a incerteza escreverá um ponto de inflexão importante na história da moda e da cultura.