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Brasileira em Beirute achou que explosões fossem terremoto

As explosões, que ainda não tiveram origem determinada, foram ouvidas em vários bairros da cidade e fora dela

As explosões na região portuária de Beirute que deixaram ao menos 100 mortos e quase 4 mil feridos na tarde desta terça-feira, 4/08, pareceram “um terremoto”, contou a brasileira Catharina Ghoussein, 23 anos, ao Estadão. Moradora de um bairro localizado a cerca de sete quilômetros de distância do Porto, no subúrbio da cidade, Catharina estava na sala de casa quando sentiu os tremores.

“Minha mãe acordou e começou a ficar desesperada.

Ouvimos um barulho que parecia de avião, achei que Israel tinha atacado o país”, conta.

Muitas casas do bairro tiveram vidros e portas quebradas.

“Saímos para o balcão para ver a situação dos nossos vizinhos e tinha muita gente na rua.

Os animais (de estimação) estavam todos estressados”.

As explosões, que ainda não tiveram origem determinada, foram ouvidas em vários bairros da cidade e fora dela.

No Chipre, uma ilha mediterrânea situada a 180 quilômetros a noroeste de Beirute, os moradores relataram ter ouvido as duas grandes explosões em rápida sucessão.

Hospitais da cidade ficaram lotados e chegaram a recusar feridos por falta de capacidade para atendimento.

“A situação está bem tensa, muita gente em Beirute está sem casa e tem muitos feridos”, conta Catharina.

“Os hospitais estão ficando saturados de pessoas machucadas”.

Para ela, a explosão deve ter grandes consequências nos próximos dias.

“O país já estava em uma crise econômica horrível, e toda a comida e os alimentos básicos vinham do porto de Beirute”, conta.

“Com essa explosão, tudo vai piorar.

Muita gente vai passar fome”.

O Líbano vive um colapso econômico segundo o Banco Mundial, mais da metade da população do país vive hoje abaixo da linha da pobreza.

O governo do país declarou dia de luto nacional nesta quarta-feira, 5, e adiou o lockdown que se iniciaria na quinta.

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