A jornalista e pesquisadora Camila Garcia lançou recentemente o e-book “É tempo de boas notícias: a relação dos jovens com as narrativas jornalísticas”. A obra é resultado de um estudo exploratório sobre a relação dos adolescentes com a mídia e o impacto que os meios de comunicação têm em suas vidas e na sua integração com a sociedade.
O livro advém da sua dissertação de mestrado e se apoia em fundamentos teóricos do Jornalismo, da Comunicação Digital e da Psicologia. O estudo teve como objetivo identificar quais as mídias são mais utilizadas no dia a dia pelos jovens, de que modo eles percebem as potencialidades das mídias e tecnologias existentes, e qual o tipo de leitura jornalística eles priorizam.
De acordo com a escritora, os resultados evidenciaram um consumo passivo e quase exclusivo de conteúdos on-line, seguido pela televisão. Mostraram também descrença em relação às mídias tradicionais e aversão ao excesso de notícias negativas nos telejornais brasileiros. “Ficou claro o interesse dos jovens por notícias mais leves, de cunho social e mais positivo. Para eles, as notícias deveriam focar nas soluções dos problemas que apresentam”, conta.
A publicação também buscou compreender os critérios que uma notícia deve ter para ser considerada positiva ou negativa para os adolescentes. Durante as entrevistas em grupo focal, os resultados mostraram que, independentemente de suas preferências midiáticas, foi mais comum entre os participantes a seleção de conteúdos positivos. “Por diversas vezes, eles disseram ver mais notícias negativas na televisão porque é só isso o que o jornalismo atual apresenta, e que, se houvessem outras opções, escolheriam narrativas mais leves”, explica.
Para Camila, apesar do jornalismo priorizar as hard news (notícias quentes ou factuais), o grande desafio do jornalista contemporâneo é encontrar a narrativa da existência, falar sobre a vida cotidiana e gente comum. “Percebemos que a abordagem positiva das matérias que eles selecionaram durante as pesquisas não deixam de explorar debates sociais relevantes, como transformações políticas, econômicas, sociais e ambientas. Em outras palavras, não conduz à alienação e não ignora o que é insatisfatório, pelo contrário, vemos em suas escolhas uma tentativa de utilizar novas lentes e ângulos para enxergar a mesma sociedade e, quem sabe, novas soluções para os antigos problemas”, enfatiza. Segundo a escritora, um movimento não em direção a notícias menos negativas, mas um pouco mais construtivas.
O livro está dividido em quatro partes, com capítulos teóricos, de metodologia da investigação, análises e conclusão.
O e-book já está disponível e pode ser adquirido na livraria virtual da Amazon.