A antiga fábrica da Pfizer na avenida Tancredo Neves, em Guarulhos, hoje ocupada pela companhia brasileira União Química, deve ser a responsável pela produção da vacina russa contra a Covid-19 na América Latina. A empresa apresentou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na noite desta terça-feira, um pedido para dar início à fase 3 de testes clínicos no Brasil. A informação foi confirmada pela agência.
A União Química pretende ingressar com o pedido de registro de uso emergencial da vacina no Brasil. A solicitação formal à Anvisa para a terceira fase de testes clínicos também é assinada pelo Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF), que financia a produção da Sputnik V. Segundo informações da União Química, a produção da Sputnik V no Brasil terá início em janeiro, por intermédio de transferência de tecnologia, nas unidades da farmacêutica em Brasília e em Guarulhos. Na cidade, a empresa ocupa o mesmo endereço onde por décadas funcionou a fábrica da Pfizer, na avenida Tancredo Neves.
Em nota, a Anvisa informou que, com a entrada do pedido, a agência vai analisar o protocolo de pesquisa em até 72 horas. “O pedido se refere à realização de pesquisa clínica, que é a pesquisa com seres humanos. A autorização da Anvisa é obrigatória para pesquisas que tenham como foco o futuro registro de uma vacina ou medicamento”, diz a nota da Anvisa.
A agência também afirmou que, nas últimas semanas, realizou uma série de reuniões com o laboratório “para orientar e trocar informações sobre a formatação do pedido de estudo e conhecer a proposta de estudo”.
Ainda segundo a Anvisa, as informações sobre número de voluntários e locais em que a vacina Sputinik V será testada estão nos documentos apresentados pelo farmacêutica e ainda serão analisadas pelos técnicos da agência.
Rogério Rosso, diretor de negócios internacionais da União Química, afirmou em entrevista a CNN que a farmacêutica está “fazendo todos os esforços industriais, tecnológicos e logísticos para disponibilizar o quanto antes a maior quantidade de doses para o Brasil”. “A Anvisa é nosso guia e estamos cumprindo estritamente todas as etapas”, disse.