Prêmio de público e Prêmio Itamaraty de melhor documentário brasileiro da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo / 2011 e Prêmio da Critica na 7ª Fest Aruanda (Paraíba), "Raul – O início, o fim e o meio", de Walter Carvalho, apresenta uma "investigação" sobre a vida pessoal e profissional de uma das maiores lendas do rock nacional, através de imagens inéditas de arquivos e 50 entrevistas realizadas em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro e também no exterior (Suíça e Estados Unidos) , reunindo ex-mulheres, filhos, amigos de infância, músicos, profissionais da área musical e parceiros, como Paulo Coelho.
O filme constrói o percurso artístico e pessoal de um dos músicos mais originais do país, que explodiu para o país no Festival Internacional da Canção de 1972 com "Let me sing, let me sing". Em 1973, ele lançou um dos seus maiores sucessos – "Ouro de Tolo" – crítica sutil e sofisticada à ditadura militar e ao milagre econômico. No ano seguinte, tem início a parceria com Paulo Coelho, então símbolo da contracultura. Ambos criam uma espécie de "Sociedade Alternativa", inspirada nas pregações do bruxo inglês Aleister Crowley. A dupla foi presa, Raul passou um período exilado nos Estados Unidos e voltou ao Brasil.
O baiano magro, cabeludo, inquieto e irreverente passou por várias metamorfoses ao longo de sua carreira que, apesar de altos e baixos, angariou a fidelidade de fãs. Com apenas com um álbum, Gita, chegou a vender 600 mil cópias.
Capítulos como drogas, misticismo, magia negra, problemas de saúde decorrentes da bebida são abordados através de 50 depoimentos. Entre os entrevistados estão familiares (o irmão Plínio Seixas), amigos de adolescência (Waldir Serrão), admiradores (Caetano Veloso, Pedro Bial), e parceiros, como Paulo Coelho e Marcelo Nova, este responsável pela realização de 50 shows pelo país nos últimos meses de vida. A conturbada vida pessoal é lembrada através de depoimentos corajosos e surpreendentes de ex-duas esposas (Edith e Glória), três ex-companheiras (Tânia, Kika e Lena), três filhas e um neto.
Falecido prematuramente aos 44 anos, em 1989, o músico deixou uma legião de fãs de várias gerações. A data de sua morte, 21 de agosto, é celebrada, anualmente, com uma passeata em São Paulo. É um dos artistas morto que mais vende discos no país – cerca de 300 mil por ano.
Raul Seixas – O Início, o Fim e o Meio (Brasil, 2010). Documentário. Direção de Walter Carvalho. 120 minutos. Distribuição Paramount Pictures do Brasil.