Opinião

Câmara tenta aplicar mais um golpe contra a população

Por iniciativa do presidente da Câmara, Eduardo Soltur, deve ir à votação na sessão de hoje, a toque de caixa, às vésperas do carnaval, mais um projeto de reestruturação de cargos e salários. Pela terceira vez, os vereadores tentam aprovar uma lei, que deve se configurar em mais um “Trem da Alegria”. A expressão é pertinente, já que busca-se oficializar a nomeação política de um grande grupo de assessores parlamentares, fato que vem sendo combatido exaustivamente pelo Ministério Público Estadual.


 


Tudo bem que os vereadores precisam de condições mínimias de trabalho, que passam necessariamente por assessores que sejam de sua confiança. Mas não se pode aceitar que a Câmara insista em deixar de lado processos de contratação, que contenham critérios técnicos além de políticos.


 


Nesta semana, o HOJE revelou que um concurso público, elaborado pela gestão anterior e que chegou a iniciar o processo de inscrições, foi cancelado pelo atual presidente, com alegações bastante questionáveis. E assim, como sempre ocorre, o problema vai sendo, literalmente, empurrado com a barriga.


 


Quando o MP toma uma medida enérgica, como foi a determinação pela demissão de mais de 600 assessores parlamentares, a chiadeira é geral. Vereadores falam em interfência entre os poderes, mas não percebem que pouco fazem para mudar o estado de coisas naquela Casa de Leis.


 


Lamenta-se ainda o fato de que nada anda nesse Legislativo. A evidente briga política entre o atual e o ex-presidente Alan Neto só causa mais problemas. A impressão que se passa para a sociedade é que existe sim uma busca incessante para se tirar proveitos políticos e financeiros de toda essa situação. Só que eles não percebem que estão lidando com o dinheiro e os interesses dos eleitores, esses sim os maiores prejudicados. Passa da hora de uma mudança radical de postura desses parlamentares.

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