Opinião

Negociações Setorizadas

A paralisação dos profissionais responsáveis pela merenda escolar, ligados à Secretaria Municipal da Educação, confirma uma nova tática de ação do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Stap), que parece vir dando resultados positivos. Em vez de uma mobilização geral, envolvendo todas as categorias ligadas à Prefeitura, de uns tempos para cá, os movimentos se dão por setores.


Até aqui, duas categorias, pelo menos, obtiveram resultados positivos durantes suas rodadas de negociação que envolveram a paralisação dos trabalhos. Primeiro foram os agentes da Guarda Civil Municipal, que promoveram uma greve e conseguiram, quase que imediatamente, conquistar uma série de benefícios. Aproveitaram-se inclusive de um momento em que a administração passava por uma crise, devido às denúncias que pairavam contra o prefeito Sebastião Almeida na Câmara Municipal, no caso Água e Vida, em maio do ano passado.


Depois, foi a vez dos agentes da Secretaria Municipal de Trânsito, no início deste ano, que começaram a se mobilizar e chegaram a iniciar um processo de paralisação. Igualmente, se aproveitaram de um momento crítico da administração, que foi a implantação do Bilhete Único, que requeria uma ação efetiva daqueles profissionais. As negociações se precipitaram e a categoria acabou retornando ao trabalho.


Agora chegou a vez das cozinheiras, que iniciam um verdadeiro braço de ferro com a Prefeitura. Diferente dos GCMs e dos agentes da STT, não encontram uma administração fragilizada. Porém, estão sendo conduzidos pelo Stap numa prévia do que pode ocorrer nas negociações com outras categorias, já que a data-base dos servidores se aproxima. O que as cozinheiras conquistarem – ou não – pode sinalizar para onde as próximas negociações devem ir.


A única coisa que não pode ocorrer é deixar com que a população seja penalizada durante esses embates. Neste momento, são as crianças feitas de refém, à medida que estão com suas merendas ameaçadas. Para muitas, a refeição na escola é a principal do dia.  Que as cozinheiras busquem o que julguem ser seus direitos, mas que isso não custe o alimentação de nossos alunos.  

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