Muita gente fala mas poucas pessoas se dão conta de como o tema Educação não é, definitivamente, uma prioridade para os governantes brasileiros nas mais diferentes esfereas do poder. Algumas vezes, um programa popular como é o “Domingão do Faustão”, dominical da Rede Globo apresentado por Fausto Silva, precisa tocar funda na ferida para que alguém se dê conta de como o assunto a relegado a planos posteriores.
De forma um tanto enviesada, é verdade, mas levando o debate para milhões de lares brasileiros, o programa de Rede Globo, líder de audiência no início da noite de domingo, passou – com todas as letras – uma mensagem fantástica. “Como um país que não valoriza os profissionais da educação, que não tem salas de aula, quer sediar uma Copa do Mundo?”, questionava o apresentador que ia além: “Um país que não tem rodoviárias, não tem aeroportos, não tem estádios, fica inventando de sediar uma Copa? Isso é uma questão de prioridade”, bradou.
Talvez não fosse necessário que Faustão se tornasse, de uma hora para outra, o grande defensor da educação no país. Bastava que a própria população enxergasse o que está diante de seu nariz. O Brasil não poderia, nem de longe, pensar em sediar dois grandes eventos esportivos, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas em 2016, sem antes cuidar de questões muito mais importantes. A insistência do governo federal em manter os dois eventos confirma que haver prioridade pelo social, apesar das propagandas oficiais apontarem para o contrário.
Em Guarulhos, o movimento parece seguir a mesma linha imposta pela União. Apesar de tanto se pregar a prioridade pela educação, com a construção de CEUs, realização de uma mega Feira do Livro, a Secretaria Municipal da Educação vira as costas para as entidades conveniadas, atrasando o repsasse de recursos sem razões lógicas. Desta forma, conforme noticiou o HOJE do último final de semana, pelo menos 700 crianças estão sem aulas. Pode até parecer pouco, mas não é.
Houvesse maior seriedade com a Educação, isso não ocorreria. Antes de levantar um grande empreendimento, que custa milhões aos cofres públicos, quem lida diretamente com os alunos seria privilegiado. Aí sim daria para propagandear a tal prioridade pelo tema. Sem isso, o país se prepara literalmente para assinar um grande atestado de incompetência.