Com o status de terceira maior área urbana do mundo, 20 milhões de habitantes e responsável por mais da metade (58%) do PIB do Estado, finalmente – depois de muitos anos de debates, foi aprovado pela Assembléia Legislativa o projeto que cria a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Trata-se de uma importante decisão com o objetivo de dar solução a sérios problemas – comuns ou não – que envolvem os 39 municípios que integram esse conglomerado.
Guarulhos, a segunda maior cidade da RMSP, perdendo só para a capital, sabe muito bem o que significou a desunião entre os municípios. Devido a disputas locais e partidárias, em momento algum, como hoje, houve um acordo que permitisse a formação desse bloco, que pode ajudar as prefeituras a buscarem soluções conjuntas, com o apoio direto do Governo do Estado.
Para que o projeto aprovado se efetive, ainda é preciso que os interessados – todos os 39 municípios, independente das siglas partidárias de seus prefeitos – façam cumprir a nova lei, instalando nos prazos previstos os órgãos criados, como os Conselhos de Desenvolvimento e Consultivo e o Fundo de Desenvolvimento. São instâncias que terão como objetivo superar possíveis divergências e assim harmonizar os interesses dos integrantes da RMSP.
O Conselho de Desenvolvimento, que deve começar a funcionar 90 dias após a sanção do projeto pelo governador Geraldo Alckmin, terá a participação dos 39 prefeitos e representantes do Estado, muito provavelmente capitaneados pelo secretário Edson Aparecido, que responde justamente pela Integração Metropolitana.
Em visita recente a Guarulhos, Aparecido demonstrou como a união das prefeituras é importante para buscar soluções comuns. Será possível, por exemplo, conciliar interesses diversos que permitam a implantação do Bilhete Único Metropolitano, uma antiga reivindicação da população.
Guarulhos também pode tirar proveito ao buscar soluções comuns para a falta de água e até para o tratamento de esgoto, temas em que o município ainda engatinha e que causam grandes desconfortos a boa parte da população. Ou seja, a efetivação da Região Metropolitana de São Paulo deve ser um marco histórico, que merece o apoio e participação efetiva das cidades envolvidas.