Os problemas decorrentes da segurança pública afetam diretamente a vida da população. Devido aos altos índices de criminalidade, as pessoas de bem vivem com medo, muitas vezes sitiadas dentro de suas casas e também nas ruas, prestes a serem atacadas por bandidos a qualquer momento. Neste sentido, percebe-se um grande movimento por parte das autoridades, com o objetivo de melhorar a vida da população.
Em Guarulhos, nos últimos anos, percebe-se um movimento crescente por parte da Secretaria Municipal para Assuntos de Segurança Pública no sentido de aparelhar a Guarda Civil Municipal, que vem se transformando em uma nova polícia que, de certa forma, acaba concorrendo diretamente com a Polícia Militar. Em um primeiro momento, não existe nada de errado em reforçar a segurança da população. Todas as iniciativas são bem vindas. Porém, se não houver ações coordenadas, corre-se o risco de desperdiçar energias, sem atingir o verdadeiro objetivo que todos perseguem: diminuir os índices de criminalidade.
Em audiência pública, realizada na Câmara Municipal na última segunda-feira, o responsável pela pasta, o secretário João Dárcio Ribamar Sachi, reforçou a tese de que a GCM vem se tornando uma nova PM. Para o ano que vem, o objetivo é dotar a polícia municipal de bases móveis, exatamente nos moldes da Militar, que já conta com esse tipo de veículo, levado para regiões específicas conforme a demanda. Também reforçou a ideia de construir bases fixas, seguindo a receita da segurança do Estado.
Talvez, essa municipalização em excesso possa gerar uma distorção de valores, com a GCM deixando de realizar o dever de casa, que seria – em um primeiro momento – a guarda dos próprios municipais e atuação mais próxima à comunidade, no sentido de inibir as causas da violência. Neste raciocínio, caberia à Polícia Militar a atuação repressiva.
Quando as duas passam a concorrer, corre-se o sério risco de nenhuma das duas fazer bem o feijão com arroz. Talvez, em nome da segurança da população, o melhor neste momento seria a efetivação de um sistema integrado entre a GCM e a PM, com a pariticipação também da Polícia Civil. Mecanismos para isso existem e passam diretamente pela atuação também dos Conselhos Comuitários de Segurança, os Consegs.