Apesar de já abordado neste espaço na semana passada, nunca é demais exaltar a importância da reorganização da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), cuja lei foi sancionada na última quinta-feira no Palácio dos Bandeirantes pelo governador Geraldo Alckmin, aliás o autor do projeto, que tramitou por anos inclusive. Desta vez, vale frisar o tamanho deste “grande país” chamado RMSP. Sim. Os números revelam que o potencial dos 39 municípios envolvidas supera em muito até nações inteiras.
O Produto Interno Bruto (PIB) da região metropolitana é de R$ 572,2 bilhões, o que representa 57% da riqueza de todo o Estado e quase 20% do Brasil inteiro. De cada R$ 10,00 que circulam no Brasil, R$ 2,00 estão concentrados aqui, nestes 8.047 quilômetros quadrados de área. Das nove cidades paulistas com mais de 500 mil habitantes, nada menos do que cinco (São Paulo, Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André e Osasco) compõem a RMSP. Esses são apenas alguns dados para dimensionar a grandiosidade e importância do grupo que, a partir desta lei, terá condições de atuar, de forma integrada, na solução de problemas comuns.
De cara, o Governo do Estado garante que implantará no curto prazo o Bilhete Único Metropolitano, que permitirá aos passageiros desses municípios utilizarem uma só passagem (ou valor proporcional) em mais de uma condução dentro da área. Algo como permitir a integração entre o ônibus que vai de Guarulhos até São Paulo com o Metrô da Capital, por exemplo. Ou seja, é algo que benefecia diretamente a população.
Porém, ao mesmo tempo em que os números demonstram a grandeza da região, há também muitos interesses divergentes entre as Prefeitura, conduzidas por pessoas que – naturalmente – estão partidarizadas. Esse pode vir a se tornar um grande entrave para que um município ou outro tenha maiores dificuldades para obter conquistas junto à RMSP.
Cabe então aos agentes municipais superarem os obstáculos impostos por suas siglas em nome do bem comum. Neste momento, não importa se o governo estadual está nas mãos do PSDB enquanto a Prefeitura é do PT. A população a ser beneficiada não tem partidos. São todos contribuintes que merecem gozar das conquistas, independente de seus administradores.