Levantamento realizado pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde confirma algo que a sociedade está cansada de saber: os brasileiros estão morrendo mais em acidentes com transporte terrestre, principalmente quando o veículo é motocicleta. Dados de 2010 revelam que 40.610 pessoas foram vítimas fatais, sendo que 25% delas, por ocorrências com motocicletas. Em nove anos (de 2002 a 2010), a quantidade de óbitos ocasionados por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando de 3.744 para 10.143 mortes.
Os dados são bastante preocupantes e refletem, além do rápido crescimento da frota de motocicletas no país, que os condutores não estão preparados para conviver com segurança no trânsito, principalmente nos grandes centros urbanos. O Ministério da Saúde já considera uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas, arás apenas da Índia, China, EUA e Rússia.
Mas nem tudo está perdido. Há ações importantes em curso para mudar esse estado. Primeiro, torna-se imperioso que a sociedade abrace de uma vez por todas as campanhas de conscientização e as proibições sobre o uso de álcool por motoristas. Por mais que boa parte dos motoristas, sobretudo os mais jovens, não percebam a gravidade de se conduzir um veículo após a ingestão de qualquer tipo de bebida alcoólica, isso pode se configurar em um crime.
Nesta semana, inclusive, para o bem da nação, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o motorista que dirigir alcoolizado está cometendo crime, mesmo se não causar danos a outras pessoas. Trata-se de um grande avanço que certamente vai contribuir para a redução das estatísticas de morte no trânsito.
Por tudo isso, cresce a imporância da Lei Seca, que reduziu drasticamente a tolerância da relação álcool e direção.
O próprio Ministério da Saúde reconhece que houve uma redução de até 30% nas regiões que tiveram uma ação mais eficaz na fiscalização. Infelizmente, em Guarulhos, o tema ainda não é tratado como deveria. A fiscalização notadamente deixa a desejar, o que contribui para que muita gente ignore a lei e ainda use seus veículos como armas prontas para matar. Isso só mudará com um aperto nas ações, principalmente nas madrugadas e fins de noites, nos finais de semana, quando os crimes são praticados com maior frequência.